Vida pós-Hamas: qual será o futuro de Gaza depois da guerra
27/11/2023Vida pós-Hamas: qual será o futuro de Gaza depois da guerra
A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas está atualmente em um momento de trégua, graças a um acordo para a libertação de reféns israelenses e presos palestinos, bem como a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. No entanto, existe uma incerteza sobre qual será o futuro dessa região, que está sob controle do Hamas desde 2007.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou no início do mês que Israel assumiria a responsabilidade pela segurança de Gaza após a guerra, por tempo indeterminado. Essa ideia, no entanto, foi rejeitada pelos Estados Unidos, que são contrários a uma nova ocupação de longo prazo por parte de Israel na região.
Diversos cenários estão sendo discutidos entre países do Oriente Médio e do Ocidente que estão indiretamente envolvidos no conflito. Uma opção seria que Israel assumisse o controle da região, o que foi rejeitado pelo governo israelense. Uma outra proposta apresentada é o retorno da Autoridade Palestina, que controla partes da Cisjordânia, à Faixa de Gaza.
Uma terceira proposta, defendida pelos Estados Unidos, seria a formação de uma aliança entre países do Oriente Médio ou entidades internacionais para administrar Gaza de forma temporária, até que uma autoridade palestina fosse restabelecida no território. No entanto, todas essas propostas só seriam viáveis com a derrota efetiva do Hamas.
O conflito ainda não mostra sinais de que está próximo do fim, mesmo com a trégua que foi prorrogada algumas vezes. Gabriel Schorr, especialista em Oriente Médio e ex-soldado das Forças de Defesa de Israel, acredita que a proposta americana é a que parece mais próxima de se concretizar.
Ele explica que, conforme as negociações diplomáticas avançam, há a possibilidade de uma autoridade palestina voltar a administrar Gaza, após a destruição do Hamas. A retomada das tratativas entre Israel e a Arábia Saudita, que foram interrompidas devido aos ataques terroristas, poderiam contribuir para esse processo.
Schorr acredita que Israel não quer controlar Gaza permanentemente, nem ter o apoio popular para isso, mas sim fazer um acordo com países árabes, como a Arábia Saudita, para conter os resquícios do Hamas e promover o desenvolvimento e o investimento na região.
Ao longo dos anos, houve diversas tentativas de alcançar um acordo para conceder maior autonomia ao povo palestino. Uma delas foi o Acordo do Século para o Oriente Médio, proposto durante a gestão de Donald Trump, que defendeu a criação de um Estado para os palestinos e a formação de polos industriais e tecnológicos em Gaza.
Para Schorr, talvez seja o momento de países árabes se envolverem na ajuda aos palestinos, investindo em Gaza para promover a independência e diminuir as responsabilidades de Israel sobre a região. Essa abordagem poderia ser o caminho para um futuro de paz e desenvolvimento para os palestinos.
Em resumo, o futuro de Gaza após a guerra dependerá da efetiva derrota do Hamas e das negociações diplomáticas entre os países envolvidos. A proposta americana de formar uma aliança temporária para administrar a região parece ser a mais viável no momento. No entanto, é importante ressaltar que a situação ainda é incerta e depende de diversos fatores para se concretizar.