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Usina para remover sal da água pode derrubar a internet brasileira, dizem operadoras

Usina para remover sal da água pode derrubar a internet brasileira, dizem operadoras

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Construção de usina de dessanilização pode afetar a conexão de internet no Brasil

Uma usina de dessanilização planejada para a Praia do Futuro, em Fortaleza, no Ceará, está causando preocupações entre operadoras de telecomunicações e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Isso porque a usina será construída próxima a 17 cabos submarinos que são responsáveis por grande parte do tráfego de dados entre o Brasil e outros países.

O Ceará, e em especial Fortaleza, é um ponto crucial na interconexão do Brasil com o resto do mundo, onde chegam sistemas ópticos de várias empresas que têm uma capacidade agregada de centenas de terabits por segundo. A construção da usina de dessanilização na Praia do Futuro representa o segundo maior hub mundial de cabos ópticos, segundo o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.

A Anatel instaurou um Procedimento de Acompanhamento e Controle após tomar conhecimento do projeto da usina e considera que a construção poderá representar riscos para a conectividade internacional. Isso inclui tanto os cabos terrestres quanto os cabos submarinos, podendo resultar em interrupções na comunicação do Brasil com o exterior.

A Conexis Brasil Digital, que representa as empresas de telecomunicações, também está preocupada com os riscos apontados pela área técnica da Anatel. Elas destacam a importância de garantir a integridade dos cabos submarinos para a disponibilidade do ecossistema de telecomunicações do país e para a comunicação brasileira na internet.

Em resposta às preocupações, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), responsável pelo projeto da usina, ampliou a distância entre os cabos submarinos e outras infraestruturas de 40 para 500 metros. No entanto, as operadoras argumentam que mesmo com essa ampliação, a construção da usina poderá causar problemas, como a reverberação da água nos dutos de sucção, o que poderia interferir nos cabos.

Além disso, a instalação da usina poderá atrapalhar a expansão da internet no país e a conexão internacional. Atualmente, o consumo de internet cresce exponencialmente, e as operadoras planejam dobrar o número de cabos nos próximos três anos, o que exigiria uma distância mínima de mil metros entre a usina e os cabos.

As operadoras ressaltam que a Praia do Futuro é o ponto de chegada da maior parte da conexão internacional do país com os Estados Unidos, Europa e África. Um reparo nos cabos levaria pelo menos 50 dias, afetando diversos setores, como segurança pública, saúde e hospitais.

Diante dos possíveis riscos e impactos para a conectividade, é necessário que sejam encontradas soluções que garantam tanto o fornecimento de água para a região como a segurança e estabilidade da comunicação no Brasil. É importante que os diversos envolvidos no assunto, como as autoridades responsáveis, as empresas de telecomunicações e a Cagece, busquem alternativas que minimizem os riscos e permitam a expansão da internet no país sem prejudicar a conectividade internacional.

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