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Transição ecológica não pode impedir industrialização de países em desenvolvimento, diz Lula

Transição ecológica não pode impedir industrialização de países em desenvolvimento, diz Lula

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Transição ecológica não pode impedir industrialização de países em desenvolvimento, diz Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou durante o encontro do G77+China, maior grupo de países em desenvolvimento, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), em Dubai, que os custos da transição ecológica estão sendo transferidos para o Sul-global. Lula destacou que esses países já são os mais afetados pelas mudanças climáticas e estão sendo duplamente punidos.

Lula defendeu que a transição não pode impedir a industrialização dos países em desenvolvimento, relegando-os à posição de exportadores de commodities e matérias-primas. Ele ressaltou que é necessário buscar um modelo de transição ecológica que permita a transformação e diversificação das bases produtivas e avançar na industrialização.

O presidente comemorou o início da operação do fundo de perdas e danos do clima, que receberá mais de US$ 400 milhões (quase R$ 2 bilhões) de nações ricas. Segundo Lula, esse fundo serve de inspiração para as negociações futuras e é uma questão de justiça climática que os países mais responsáveis pelo aquecimento global arquem com sua responsabilidade.

Lula defendeu fluxos contínuos de recursos para que os países de baixa e média renda possam resolver seus problemas de endividamento. Ele ressaltou que os países em desenvolvimento precisarão de US$ 4 trilhões a US$ 6 trilhões por ano para implementar suas contribuições nacionalmente determinadas e planos de adaptação.

Nesse sentido, o ex-presidente destacou a necessidade de reforma no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional (FMI), pois falta representatividade nessas instituições. Lula citou como exemplo a falta de cadeiras para o Brasil, Colômbia e Equador no conselho do fundo global para o meio ambiente, enquanto outros países já possuem assentos individuais.

Além disso, Lula fez um apelo pela paz mundial, mencionando os conflitos entre Rússia e Ucrânia e Israel e palestinos. Ele pediu o cessar de guerras e defendeu a reforma no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), para que mais países possam participar e a irresponsabilidade não prevaleça sobre a sensatez.

No discurso, Lula também abordou o tema da inteligência artificial, ressaltando a importância de diretrizes claras e coletivamente acordadas. Ele alertou que os modelos gerados com base na experiência dos países do Norte não podem se impor globalmente, para evitar a repetição da divisão entre responsáveis e responsáveis que já marcou as discussões sobre desarmamento e não proliferação.

Em suma, o ex-presidente Lula defendeu uma transição ecológica justa, que não prejudique a industrialização dos países em desenvolvimento, mas permita a transformação de suas bases produtivas. Ele ressaltou a importância da destinação de recursos para resolver os problemas de endividamento dos países de baixa e média renda e destacou a necessidade de reformas no Banco Mundial, FMI e Conselho de Segurança da ONU. Lula também pediu pelo cessar de guerras e abordou a importância de diretrizes claras na inteligência artificial.

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