Starbucks consegue suspensão por seis meses de ordens de despejo de unidades da franquia no Brasil

No dia 31 de outubro, a SouthRock Capital, empresa responsável pela franquia Starbucks no Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial. Desde então, diversas unidades da rede de cafés foram fechadas no país e outras estavam sob risco de despejo devido à falta de pagamento do aluguel.

No entanto, na última quinta-feira (7), o desembargador Sérgio Shimura, relator do processo, decidiu suspender por seis meses as ordens de despejo das unidades da Starbucks, alegando que mantê-las poderia prejudicar a recuperação judicial da empresa. O desembargador destacou a importância da Starbucks para a economia e a geração de empregos, afirmando que a manutenção das unidades é necessária para a continuidade das operações da empresa.

Além disso, a decisão também retirou do processo de recuperação judicial os centros gastronômicos do grupo Eataly, pois a SouthRock optou por desistir da recuperação judicial dessa marca. O desembargador também suspendeu a inclusão do grupo Subway no processo.

Essa decisão representa um alívio para a Starbucks e suas unidades no Brasil, que enfrentam uma crise financeira devido à queda nas vendas causada pela instabilidade econômica do país, variações cambiais e os impactos da pandemia de Covid-19. Em 2020, a empresa registrou uma queda de 95% nas vendas e teve parceiros comerciais inadimplentes. Em 2021, a queda foi de 70% e em 2022, 30%.

A recuperação judicial da SouthRock Capital busca reestruturar suas dívidas, que chegam a aproximadamente R$ 1,8 bilhão. A empresa justificou o pedido pelo baixo grau de confiança no mercado, instabilidade econômica, volatilidade da taxa de juros e as dificuldades enfrentadas pelo empreendedor brasileiro.

Essa notícia traz impactos importantes para o mercado financeiro e para investidores individuais no Brasil. A suspensão das ordens de despejo permite que a Starbucks continue operando, garantindo empregos e mantendo uma marca reconhecida no país. Porém, é preciso acompanhar a evolução do processo de recuperação judicial e as medidas que a empresa tomará para superar sua crise financeira. Investidores devem analisar com cautela o cenário da empresa antes de tomar qualquer decisão relacionada a suas ações.