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Safra e preço menores, um cenário não esperado pelo produtor

Safra e preço menores, um cenário não esperado pelo produtor

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Safra de soja no Brasil enfrenta desafios e preços caem

A situação do produtor brasileiro de soja está se tornando cada vez mais complicada. Enquanto as expectativas são de uma quebra na safra devido às adversidades climáticas, os preços da oleaginosa têm apresentado queda. Em janeiro do ano passado, quando o país se preparava para uma safra recorde de 160 milhões de toneladas, a saca de soja estava em média R$ 171 no Paraná. No entanto, neste ano, mesmo com a perspectiva de uma safra menor, o valor da saca está em média R$ 131 nos primeiros dias do mês.

Essa queda nos preços ocorre porque o Brasil não está sozinho no mercado internacional. Os operadores da Bolsa de Chicago, importante entidade na formação dos preços mundiais, ainda não consideram a quebra de safra do Brasil como suficiente para alterar o mercado externo. Há um descompasso entre a redução da produção no Brasil e o comportamento do mercado em Chicago, e isso afeta os preços internos, que vêm caindo desde o início do ano.

Além disso, o Centro-Oeste, região de maior produção de soja no país, está enfrentando perdas mais acentuadas, mas outras regiões estão conseguindo compensar parte dessa queda. Por outro lado, este ano o cenário é bem diferente do de 2022, o que também contribui para a queda nos preços. As previsões indicam que a Argentina poderá colocar 30 milhões de toneladas a mais de soja no mercado em comparação ao ano anterior. As estimativas recentes da Bolsa de Rosário apontam para uma safra de 52 milhões de toneladas para 2023/24, enquanto a safra anterior foi de apenas 20 milhões de toneladas, devido às adversidades climáticas.

Os preços da soja também são impactados pela disponibilidade de estoques chineses e pela preferência dos americanos como principais fornecedores até o final deste mês. Já no caso do milho, o comportamento do mercado no Brasil é um pouco diferente. Enquanto o produto sofre queda em Chicago, os preços têm apresentado alta no país. O atraso na safra de soja e as perspectivas de uma menor produção na safrinha fizeram com que alguns produtores reduzissem as vendas, o que está abrindo espaço para uma recuperação nos preços do milho.

Com a queda nos preços da soja, parte dos produtores pode optar por vender o milho e reter a oleaginosa. No entanto, as notícias vindas de outros países também não são animadoras para os preços. Os argentinos, por exemplo, que produziram apenas 34 milhões de toneladas de milho no ano passado, poderão atingir 55 milhões neste ano. Enquanto isso, os Estados Unidos, depois de uma safra recorde de 387 milhões de toneladas, possuem estoques consideráveis apesar da demanda pelo cereal.

Essas oscilações nos preços da soja e do milho têm impacto direto no mercado brasileiro e nos produtores individuais. A queda nos preços da soja coloca em risco a remuneração do produtor, que enfrenta também a redução dos prêmios nos portos devido à falta de sinalização alarmante do Brasil como um fornecedor instável. Já para o milho, a redução das vendas e as perspectivas de uma menor produção podem abrir caminho para uma recuperação nos preços.

No geral, o cenário atual é desafiador para os produtores brasileiros, que precisam lidar com a queda na produção e nos preços da soja, assim como com a incerteza dos preços do milho. A situação não era esperada e pode ter consequências significativas para o mercado financeiro e individual dos investidores brasileiros interessados no setor agrícola. É importante acompanhar de perto a evolução desses fatores e como eles podem impactar o mercado.

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