Ryanair vai reduzir tarifas após agências pararem de vender suas passagens

A Ryanair, companhia aérea irlandesa de baixo custo, anunciou que reduzirá suas tarifas após várias agências de venda de passagens online pararem de vender suas passagens. A empresa vem enfrentando tensões com as plataformas de venda na internet há anos, acusando-as de cobrar comissões extras dos clientes, além de adicionais às reservas, como bagagem e reserva de assentos.

No início de dezembro, a Ryanair afirmou que "a maioria dos grandes" sites de viagens, incluindo Booking, Kayak e Kiwi, suspenderam repentinamente a venda de seus bilhetes. Essas empresas não comentaram sobre o assunto. A companhia aérea espera que essa mudança resulte em um pequeno número de assentos vazios adicionais em seus voos nos meses de dezembro e janeiro.

Para incentivar mais pessoas a voarem em seus aviões, a Ryanair decidiu reduzir as tarifas. No entanto, a empresa afirmou que não espera um impacto "significativo" em relação ao número de passageiros ou aos lucros no atual ano financeiro.

Impactos no mercado financeiro e para investidores individuais no Brasil

Após o anúncio da redução das tarifas e das preocupações com os assentos vazios, as ações da Ryanair caíram cerca de 4% nas negociações da tarde desta quarta-feira (3), um pouco acima das perdas das companhias aéreas europeias concorrentes.

Analistas da corretora Davy consideram que esse anúncio representa apenas uma "turbulência de curto prazo" para a companhia aérea e não veem impacto nos lucros. Portanto, para os investidores individuais no Brasil, é importante avaliar essa queda nas ações da Ryanair como uma oportunidade para possíveis investimentos a longo prazo, pois a empresa segue sendo uma das principais companhias aéreas de baixo custo da Europa.

Ryanair e as plataformas online

A Ryanair enfrenta problemas com as plataformas de venda online há tempos, pois elas impedem a companhia de lidar diretamente com seus clientes. O CEO da empresa, Michael O'Leary, classifica essas agências de venda como "golpistas que cobram a mais", adicionando suas próprias taxas aos preços da companhia aérea.

As agências de viagens, por sua vez, reclamam do tratamento da Ryanair aos seus clientes, alegando que a empresa exige informações pessoais significativas durante o processo de reserva por meio de sites de terceiros, incluindo verificação facial, para gerenciar a reserva ou fazer check-in online.

Conclusão

A decisão das agências de viagem de parar de vender passagens da Ryanair é considerada bem-vinda pela companhia, uma vez que esse segmento representa apenas uma pequena fração de suas vendas. A redução das tarifas visa incentivar mais pessoas a voarem em seus aviões, apesar do possível número adicional de assentos vazios nos próximos meses.

A queda nas ações da Ryanair pode ser uma oportunidade para investidores interessados no mercado de aviação na Europa. No entanto, é importante realizar uma análise mais aprofundada e considerar fatores como a concorrência e a recuperação do setor de viagens após a pandemia, antes de tomar qualquer decisão de investimento.