Rodovias pioraram em 2023 e apenas 32,5% da malha está em condição boa ou ótima, diz CNT
29/11/2023Pesquisa CNT de Rodovias revela deterioração das condições das estradas em 2023
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o Sest/Senat divulgaram os resultados da 26ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. O levantamento apontou que apenas 32,5% da malha rodoviária avaliada está classificada como ótima ou boa, enquanto 67,5% é considerada regular, ruim ou péssima. Esses números representam uma piora em relação aos anos anteriores, com um aumento de 4,2% no número de estradas em condições insatisfatórias em comparação a 2021.
A pesquisa analisou um total de 111.502 quilômetros de rodovias pavimentadas, incluindo trechos das estradas federais (BRs) e estaduais. A avaliação levou em conta três características principais: pavimento, sinalização e geometria das vias. Na análise do pavimento, por exemplo, 30,5% foram considerados ótimos, 12,7% bons, 34,2% regulares, 16,8% ruins e 5,8% péssimos.
Impactos no mercado financeiro e para investidores
A deterioração das condições das rodovias brasileiras tem impactos significativos no mercado financeiro e para os investidores individuais no país. Dentre as consequências, destaca-se o aumento do custo operacional do transporte rodoviário de cargas, que teve um aumento de 32,7% devido à má conservação das estradas. Esse aumento representa um desafio para as empresas que dependem do transporte de mercadorias, uma vez que os custos adicionais podem afetar a rentabilidade dos negócios e se refletir nos preços finais dos produtos.
Além disso, a má qualidade das rodovias também interfere na fluidez do tráfego, aumenta os riscos à segurança dos usuários e contribui para o aumento de acidentes. Esses fatores têm impacto direto nas empresas de logística e transporte, que precisam lidar com atrasos nas entregas, danos à carga e possíveis indenizações.
A necessidade de investimentos e os desafios do setor
Diante dos resultados preocupantes da pesquisa, a CNT destaca a importância de investimentos contínuos na reconstrução, restauração e manutenção das rodovias brasileiras. No entanto, o setor enfrenta desafios, uma vez que a previsão de investimentos em infraestrutura teve uma redução de 4,5% em relação ao autorizado no Orçamento para 2023.
Para lidar com essa situação, a CNT está trabalhando para viabilizar um aumento nos recursos destinados à infraestrutura rodoviária por meio de emendas para intervenções prioritárias em 2024. O objetivo é alinhar essas ações com as prioridades do transporte e da logística do país.
Pontos críticos e necessidade de ações urgentes
A pesquisa também apontou os principais pontos críticos das rodovias brasileiras, como quedas de barreiras, erosões nas pistas, buracos grandes e pontes em condições precárias. Esses problemas afetam a fluidez do tráfego, colocam em risco a segurança dos usuários e geram custos adicionais para o transporte de cargas.
Segundo a CNT, é necessário eliminar 2.684 pontos críticos, incluindo quedas de barreiras, pontes caídas, erosões nas pistas, buracos grandes e pontes estreitas. Essas ações são essenciais para melhorar as condições das rodovias e garantir uma infraestrutura adequada para o transporte de mercadorias.
Em resumo, os resultados da Pesquisa CNT de Rodovias mostram a deterioração das condições das estradas brasileiras em 2023. Com uma percentagem preocupante de apenas 32,5% da malha em condições ótimas ou boas, é urgente realizar investimentos na infraestrutura rodoviária. Essas melhorias são essenciais para reduzir os custos operacionais do transporte e garantir a segurança dos usuários. A expectativa é que o governo e as autoridades competentes tomem medidas rápidas e efetivas para solucionar os problemas identificados e melhorar as condições das estradas no país.