Rio Amazonas pode ter capacidade de navegação reduzida pela metade em outubro por período de seca, estima setor

O período de seca que atinge a região Norte do País já está afetando a navegação no rio Amazonas e pode reduzir sua capacidade de transporte em até 50% até outubro, de acordo com a Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac). A queda na vazão do rio tem sido monitorada e já foi identificada uma redução diária de até 35 centímetros, sendo que a média para esse período é de 25 centímetros.

Essa redução na capacidade de transporte pode afetar diretamente o abastecimento da região, já que os navios que navegam pelo rio Amazonas são responsáveis pelo escoamento da produção e pelo transporte de insumos básicos para a população e para a indústria local. Produtos como alimentos, cimento, metais, cerâmica, porcelanato e fertilizantes são os mais impactados.

Segundo o diretor-executivo da Abac, Luis Fernando Resano, a redução na capacidade de transporte já prevista para as próximas semanas é de 45%. Além disso, essa crise pode refletir no aumento direto do preço dos produtos, devido à escassez e ao aumento no frete. A Zona Franca de Manaus também é afetada, já que não consegue escoar seus produtos, o que pode causar desabastecimento no mercado do Sul e Sudeste, especialmente durante a "Black Friday".

Impactos no setor de navegação e possíveis soluções

O setor de navegação cobra ações emergenciais para mitigar os impactos causados pela estiagem. A dragagem emergencial na enseada do Rio Madeira, no trecho em que alcança o Amazonas, é uma das medidas propostas pela Abac. Essa área está assoreada, com acúmulo de areia, o que dificulta a navegação dos navios.

Apesar de parte do problema estar fora do controle humano, o setor acredita que a tecnologia pode ser uma aliada na busca por soluções. O uso de torres de controle da cadeia de suprimentos, por exemplo, poderia proporcionar uma supervisão centralizada de toda a cadeia, permitindo que empresas monitorem suas remessas e antecipem possíveis interrupções. Além disso, sistemas de navegação avançados, equipados com dados em tempo real sobre profundidades de água e possíveis obstruções, podem garantir a segurança e eficiência da navegação.

Outra estratégia apontada é a adoção de embarcações menores, mesmo com custos maiores. Essas embarcações permitiriam a navegação em situações mais desafiadoras e flutuações imprevisíveis nos níveis de água do Amazonas.

Impactos para o mercado financeiro e investidores individuais

A redução na capacidade de transporte pelo rio Amazonas pode ter impactos significativos no mercado financeiro e para investidores individuais, especialmente para aqueles que possuem investimentos em empresas que dependem do transporte fluvial para o escoamento de sua produção.

A escassez de produtos e o aumento no preço devido ao frete mais caro podem afetar diretamente os resultados dessas empresas, refletindo em possíveis quedas no valor de suas ações. Portanto, é importante que investidores estejam atentos à situação do rio Amazonas e às medidas que estão sendo adotadas para mitigar os impactos da seca.

Além disso, os investidores também devem acompanhar o desempenho das empresas que atuam na região Norte do país, especialmente aquelas que têm sua produção e distribuição diretamente afetadas pela redução na capacidade de transporte fluvial. É recomendado analisar os resultados financeiros e as estratégias adotadas por essas empresas para enfrentar esse desafio e o impacto que isso pode ter em seus lucros e perspectivas futuras.

Portanto, a redução na capacidade de navegação do rio Amazonas devido ao período de seca deve ser monitorada de perto, tanto pelo setor financeiro quanto pelos investidores individuais, pois isso pode influenciar diretamente o desempenho de empresas e investimentos na região. Medidas emergenciais e a adoção de tecnologias podem ajudar a enfrentar os desafios trazidos pela seca, mas é fundamental acompanhar a evolução da situação e as ações tomadas para resolver o problema.