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Retornos de “debêntures americanas” disparam – por que isso pode ser mau sinal

Retornos de “debêntures americanas” disparam – por que isso pode ser mau sinal

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A escalada das taxas de juros nos EUA afeta o mercado de dívida privada

O mercado de dívida privada dos Estados Unidos está apresentando sinais de enfraquecimento devido à escalada das taxas de juros e à queda da bolsa. Os prêmios de risco, conhecidos como spreads, das dívidas corporativas com grau de investimento têm subido para os maiores níveis desde junho. Além disso, no mercado de títulos de alto risco, os retornos atingiram o nível mais alto em um ano, causando dificuldades para algumas empresas.

Impactos para empresas e investidores

Com a alta das taxas de juros, algumas empresas têm enfrentado dificuldades para vender dívidas. Por exemplo, a Venture Global LNG, fornecedora de gás natural liquefeito, só conseguiu captar US$ 4 bilhões na última semana, depois de pagar mais do que o inicialmente esperado aos investidores. Além disso, a rede mexicana de fast-food, Qdoba Restaurant, teve que reduzir sua oferta de títulos lastreados em ativos de US$ 325 milhões para US$ 305 milhões.

Essa situação se reflete em todos os setores do crédito privado, inclusive nos títulos do Tesouro dos EUA, conhecidos como Treasuries. Os rendimentos desses títulos atingiram os níveis mais altos em 16 anos, com a taxa do papel de 10 anos se aproximando de 5% na última quinta-feira. Essa escalada é preocupante, pois indica uma batalha contra a alta da inflação.

Oportunidades para investidores

Apesar dos problemas enfrentados pelas empresas, a alta dos rendimentos dos papéis com grau de investimento tem criado oportunidades para investidores que conseguem tolerar a volatilidade. Para eles, o nível de entrada no mercado de renda fixa está atrativo. No entanto, é importante ressaltar que os spreads nos títulos com grau de investimento não justificam uma recomendação tão alta de compra.

Desafios para emissores

No entanto, essa volatilidade pode trazer desafios para os emissores de dívida. Empresas como Wells Fargo, Goldman Sachs e JPMorgan Chase estão negociando títulos com spreads maiores, o que indica que novas emissões terão que oferecer ainda mais compensação aos investidores. Além disso, emissores no mercado de crédito alavancado tiveram que melhorar as condições para atrair investidores.

Refinanciamento com taxas mais elevadas

Diante dessa volatilidade, as empresas ainda terão que se refinanciar em um mercado com taxas mais elevadas. Os estrategistas do Goldman Sachs apontam que a quantidade de junk bonds com vencimento nos próximos 18 a 36 meses está no nível mais alto desde 2007. Isso indica que as empresas precisarão lidar com um mercado mais desafiador para captação de recursos.

Conclusão

A escalada das taxas de juros nos Estados Unidos tem impactado o mercado de dívida privada, especialmente nas dívidas corporativas com grau de investimento e nos títulos de alto risco. Essa situação traz desafios para as empresas emissores, que terão que oferecer melhores condições para atrair investidores. Por outro lado, essa volatilidade tem criado oportunidades para investidores que conseguem tolerar a volatilidade. Overall, é importante acompanhar a evolução do mercado e avaliar cuidadosamente as oportunidades e riscos envolvidos.

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