Relíquias de naufrágio da Idade da Pedra são achadas na Itália

Um tesouro arqueológico da Idade da Pedra foi encontrado submerso na costa da Itália, próximo à ilha de Capri, no Golfo de Nápoles. Os artefatos, que podem ter vindo de um naufrágio entre 8.000 e 5.000 anos atrás, estão em um excelente estado de preservação, o que torna o achado único e surpreendente.

Arqueólogos marinhos se uniram ao Departamento de Polícia de Nápoles para recuperar os objetos naufragados, que estavam espalhados por uma área maior do que se imaginava. Um dos itens encontrados é um artefato de obsidiana, um tipo de vidro vulcânico, com marcas e entalhes indicando manipulação humana, porém sua função ainda é desconhecida. Com um peso de 8 kg e medidas de 28 x 20 x 15 cm, esse artefato estava em uma profundidade de 30 a 40 metros abaixo da superfície.

Acredita-se que esses artefatos tenham sido transportados em uma embarcação naufragada na época Neolítica, também conhecida como Idade da Pedra Polida. No entanto, ainda não é possível afirmar com certeza como esses objetos chegaram a essa região subaquática, mas a teoria mais aceita é a de que tenham vindo de um naufrágio.

No entanto, a busca pela embarcação responsável pelo transporte enfrenta dificuldades. É necessário vasculhar o fundo do mar, mas até o momento não foram encontrados restos de um casco de embarcação do Neolítico no Mediterrâneo, devido às condições favoráveis para a ação do molusco Teredo navalis, também conhecido como teredo ou cupim-do-mar, que se alimenta de madeira de navios afundados.

A recuperação da embarcação apenas seria possível se ela tivesse afundado rapidamente na areia e permanecido protegida dos animais. Restos poderiam ser encontrados, principalmente se a embarcação fosse uma canoa feita de um tronco único. No entanto, devido à raridade desse tipo de evento, seria um achado único e de grande importância histórica.

A obsidiana encontrada era muito valorizada durante o período Neolítico devido à sua dureza e capacidade de formar ferramentas afiadas, como machados, facas e pontas de flecha. Essa matéria-prima era comercializada em todo o Mediterrâneo e Oriente Próximo.

Apesar da descoberta incomum, o material não é estranho à região, uma vez que o Monte Vesúvio, conhecido por sua atividade vulcânica, está localizado no Golfo de Nápoles.

Essa descoberta arqueológica é de extrema relevância histórica e científica, revelando informações valiosas sobre a vida e as atividades da civilização neolítica na região. Além disso, ressalta a importância da preservação do patrimônio subaquático, que pode fornecer dados preciosos sobre o passado da humanidade.

Fonte: Canaltech