Relator da LDO diz que fala de Lula causa 'constrangimento' a Haddad

Nesta sexta-feira (27), o deputado Danilo Fortes, relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, manifestou seu constrangimento em relação à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a possibilidade de não zerar o déficit fiscal no próximo ano. A meta do governo era zerar o déficit fiscal em 2024, mas diversas dificuldades têm sido enfrentadas para alcançar esse objetivo, como a arrecadação abaixo do esperado e pressões orçamentárias.

O governo não considera cortes de gastos adequados para resolver o problema, mesmo que isso possa ajudar a equilibrar as contas públicas. O presidente Lula destacou que não deseja iniciar o ano de 2024 com cortes em investimentos, principalmente em obras de infraestrutura, que são fundamentais para o desenvolvimento do país. Essa declaração repercutiu negativamente no mercado financeiro e entre setores do Congresso, que manifestaram preocupação com a possibilidade de não se cumprir a meta de déficit zero estabelecida pelo governo federal.

A proposta de orçamento para 2024 enviada pelo governo ao Congresso inclui uma estimativa de déficit zero, que dependeria de medidas para aumentar a arrecadação e outras ações que contribuiriam para o equilíbrio fiscal. O deputado Danilo Fortes comentou que as declarações do presidente Lula sobre o abandono da meta fiscal causam constrangimento ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem lutado muito para alcançar o déficit zero a partir da aprovação da agenda econômica.

O ministro Haddad tem defendido esforços para atingir a meta de equilíbrio nas contas públicas em 2024, destacando a importância da responsabilidade fiscal. Essa fala do presidente Lula é considerada desanimadora para a pauta econômica, que já sofre resistências no Legislativo. O próprio atraso na votação da LDO foi uma oportunidade para o governo federal convencer os parlamentares sobre as propostas da equipe econômica. No entanto, o presidente ressaltou que muitas vezes o mercado financeiro age de forma "gananciosa" nesse assunto, enfatizando o desafio de equilibrar as necessidades de investimento com a estabilidade fiscal.