Regime do Talibã nomeia embaixador na China e diz que obteve o reconhecimento de Pequim

Na última sexta-feira (1º), o Afeganistão, que está sob o controle dos talibãs desde agosto de 2021, anunciou a escolha de um embaixador para a China. Segundo o regime dos talibãs, o novo embaixador afegão na China é Bilal Karimi, que era porta-voz adjunto do regime nos últimos dois anos.

De acordo com um comunicado do porta-voz talibã Qari Yousuf Ahmadi, Karimi chegou à China em 24 de novembro e teria sido recebido pelo enviado especial do regime chinês para o Afeganistão, Yue Xiaoyong, e por diplomatas em exercício na embaixada afegã em Pequim. O comunicado também afirmou que Karimi se encontrou com o diretor de protocolo do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei.

O regime talibã declarou que a China "aceitou e reconheceu" o embaixador afegão, porém, a ditadura chinesa não confirmou nem negou a informação sobre o reconhecimento oficial. Caso seja confirmado, este seria o primeiro caso de um país estrangeiro reconhecer um representante diplomático do regime fundamentalista afegão, que tem enfrentado o isolamento da comunidade internacional devido às violações dos direitos humanos.

O fato de a China ser o primeiro país a credenciar oficialmente um embaixador afegão é significativo, pois mostra o posicionamento chinês em relação ao novo governo afegão. A China tem mantido uma postura de apoio e cooperação econômica com o Afeganistão, participando de fóruns e projetos de infraestrutura e investimento liderados por Pequim.

O fórum Nova Rota da Seda, um projeto de ampliação da influência chinesa no mundo, contou com a participação do ministro do Comércio e da Indústria do regime talibã, Haji Nooruddin Azizi, em outubro. Além disso, uma delegação do regime, liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Amir Kham Muttaqi, participou do Fórum Trans Himalaia de Cooperação Internacional na China.

O reconhecimento do novo embaixador afegão pela China pode ter implicações significativas para o mercado financeiro e investidores individuais no Brasil. A China é uma potência econômica e suas relações com o Afeganistão podem gerar oportunidades comerciais e de investimentos para empresas e interessados no país. Além disso, o posicionamento chinês em relação ao regime talibã também pode influenciar as decisões de outros países em relação ao Afeganistão.

No entanto, é importante ressaltar que o regime talibã enfrenta isolamento internacional devido às violações dos direitos humanos, o que pode gerar preocupações éticas para investidores que consideram negócios ou investimentos no país. É fundamental que os interessados em finanças e investimentos acompanhem de perto os desdobramentos da situação no Afeganistão e avaliem os riscos e oportunidades envolvidos.