Putin e Xi se encontram em meio a críticas a Israel e ausência de condenação ao Hamas

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou a Pequim nesta terça-feira (17) para uma visita ao ditador da China, Xi Jinping, em meio a críticas a Israel e ausência de condenação ao grupo terrorista Hamas. Apesar do motivo oficial da viagem ser um fórum sobre a Nova Rota da Seda, o conflito entre Israel e o Hamas será o tema principal de uma reunião entre os dois líderes na quarta-feira (18).

Tanto a Rússia quanto a China têm pedido um cessar-fogo na região, no entanto, não condenaram o grupo terrorista pelos ataques que mataram 1,4 mil israelenses no último dia 7. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, criticou Israel ao afirmar que as ações de resposta de Tel Aviv na Faixa de Gaza "foram além da autodefesa". Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, tem apresentado a proposta de solução de dois Estados para o conflito.

No entanto, a proposta de resolução apresentada por Moscou no Conselho de Segurança das Nações Unidas foi rejeitada na última segunda-feira (16). A resolução pedia um cessar-fogo humanitário, a libertação dos reféns, ajuda humanitária e a evacuação de civis, mas não mencionava o Hamas. A representante permanente do Reino Unido na ONU, Barbara Woodward, destacou que a proposta e o processo não foram uma tentativa séria de alcançar consenso no conselho.

Essa não é a primeira vez que Putin e Lavrov são alvo de críticas relacionadas a Israel. No ano passado, o governo israelense manifestou revolta após Lavrov declarar que Adolf Hitler, o ditador nazista, "tinha origens judaicas". Essa declaração foi feita como uma tentativa de defender a tese de "desnazificar" a Ucrânia, país que foi invadido pela Rússia. Lavrov alegou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é judeu e que as instituições do país teriam infiltração neonazista.

A visita de Putin a Xi Jinping tem como pano de fundo a questão do conflito entre Israel e o Hamas, mas o encontro também abordará outros assuntos, como o projeto chinês de investimentos em infraestrutura em vários países. É importante observar os desdobramentos desse encontro e como as declarações e ações de Rússia e China em relação a Israel podem impactar nos mercados financeiros e nos investidores individuais no Brasil.