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Privatização da Sabesp sem demagogia

Privatização da Sabesp sem demagogia

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Privatização da Sabesp sem demagogia

A privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem gerado muita discussão e polarização entre defensores e críticos. No entanto, é importante analisar a situação de forma realista e sem demagogias, levando em consideração os impactos no mercado financeiro e nos investidores individuais no Brasil.

Dados recentes do Ministério das Cidades revelam que apenas 55,8% da população brasileira tem acesso a uma rede de esgoto, e menos de 85% possuem atendimento com rede de água. A mudança dessa realidade demanda investimentos significativos, mas os recursos disponíveis têm sido insuficientes. Entre 2019 e 2020, foram investidos menos de R$ 30 bilhões na área.

Para aumentar a participação privada e atrair investimentos necessários para obras e projetos no setor de saneamento, foi aprovado em 2020 o novo Marco Legal do Saneamento. Desde então, foram realizados nove leilões, garantindo R$ 72,2 bilhões em investimentos para o setor.

Mas surge a seguinte dúvida: por que uma empresa privada investiria em comunidades onde nem o Estado conseguiu chegar, sabendo que isso não trará lucro para sua operação? A resposta está nas metas e obrigações definidas em contrato, com punições definidas em caso de descumprimento. O mercado de saneamento conhece o termo "subsídio cruzado", que é a prática de obter lucro em algumas áreas para compensar as perdas em outras.

Um exemplo dessa prática é a Sabesp, que conseguiu lucrar R$ 3,12 bilhões em 2022, e a Sanepar (estatal de saneamento do Paraná) que lucrou R$ 1,1 bilhão no mesmo ano. Ao arrematar dois blocos do leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) do Rio de Janeiro por R$ 15,4 bilhões, o grupo Aegea assumiu a responsabilidade de distribuir água, coletar e tratar o esgoto em 27 cidades fluminenses, incluindo partes da capital.

No entanto, é importante destacar que a privatização da Sabesp não está isenta de controvérsias. Enquanto alguns analistas do BTG Pactual e da XP Investimentos acreditam que a privatização tem potencial para valorizar as ações da empresa, chegando a R$ 80, outros têm preocupações em relação à segurança jurídica e ao cumprimento de metas e obrigações para o bem-estar da população.

Portanto, é essencial que a privatização da Sabesp seja conduzida com metas claras, obrigações bem definidas e segurança jurídica. Somente assim será possível refletir o crescimento da empresa em serviços prestados à população. É importante que essa discussão seja conduzida de forma realista, sem demagogias e considerando os impactos no mercado financeiro e nos investidores individuais do Brasil.

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