Preços mais baixos e investimentos acima do esperado: os fatores que pressionaram Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3) na Bolsa

As ações das empresas de papel e celulose registraram uma sessão de forte queda nesta sexta-feira (1), com Suzano em baixa de mais de 2% e Klabin com o segundo pregão de desvalorização. Os papéis KLBN11 caíram 6,25% após baixa de 3,67% na véspera, enquanto Suzano teve uma desvalorização de 3,76% no mesmo horário.

Um dos principais fatores que afetaram o setor de papel e celulose foi a variação dos preços na China. Os preços de papel naquele país mostraram tendências negativas, principalmente para algumas linhas de produção, como sulfite e papéis para higienização. Além disso, a RISI, uma das principais fontes de informações sobre o mercado global de papel, apontou que os armazéns dos distribuidores estão cheios e as carteiras de encomendas começam a enfraquecer sazonalmente. Esses fatores indicam a possibilidade de uma maior fraqueza nos preços do papel no futuro.

No caso da celulose, o Goldman Sachs acredita que a pressão por preços mais baixos está aumentando, especialmente devido ao período sazonalmente fraco do ano novo chinês e ao próximo grande projeto de celulose programado para junho de 2024. Esses elementos podem causar uma queda nos preços da celulose no futuro.

No que diz respeito às empresas, tanto a Klabin quanto a Suzano divulgaram suas projeções de investimentos para 2024 nos últimos dois dias. A Klabin estimou investimentos de R$ 4,5 bilhões para 2023 e mais R$ 4,5 bilhões ao longo de 2024. Já a Suzano anunciou uma previsão de investimento de R$ 14,6 bilhões, uma redução em relação ao valor deste ano.

Essas projeções de investimentos acima do esperado para as empresas geraram uma reação negativa do mercado, principalmente devido às preocupações com a geração de fluxo de caixa no curto prazo. O aumento nos desembolsos de investimentos pode prejudicar o fluxo de caixa das empresas, o que levou alguns bancos a reduzir suas recomendações para os papéis da Klabin e Suzano.

No entanto, o Itaú BBA ressalta que a redução nos investimentos da Suzano mostra uma melhoria no perfil de geração de fluxo de caixa livre. Além disso, o banco vê a maior exposição da Suzano ao negócio de celulose como um ponto positivo, já que acredita que esse segmento pode continuar surpreendendo positivamente os investidores com um comportamento de preços mais resilientes em 2024 e além.

Apesar das quedas recentes, os analistas mantêm recomendações neutras para as ações da Klabin e Suzano, destacando que a dinâmica do mercado e o perfil de geração de fluxo de caixa podem apresentar melhorias no futuro. No entanto, é importante ressaltar que a volatilidade do mercado e as incertezas relacionadas ao setor podem influenciar o desempenho das empresas e dos investidores individuais.

Para os investidores interessados em papéis do setor de papel e celulose, é fundamental acompanhar de perto os movimentos do mercado e as perspectivas futuras, levando em consideração os fatores que podem impactar os preços e os investimentos das empresas.