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Onda de construções de arranha-céus invade São Paulo

Onda de construções de arranha-céus invade São Paulo

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"Não tirem nosso sol": resistência contra a verticalização em São Paulo

A onda de construções de arranha-céus em São Paulo tem gerado impactos significativos na paisagem e na vida dos moradores da cidade. Na região de Pinheiros, um bairro no coração da metrópole, os prédios altos se multiplicam e dão lugar às antigas casas e pequenos prédios, causando preocupação entre os residentes.

Rosanne Brancatelli, residente do bairro há 20 anos, decidiu fundar a associação Pró-Pinheiros juntamente com seus vizinhos para defender a preservação do patrimônio histórico e do meio ambiente. A associação se opõe à "verticalização exacerbada e perda de patrimônio" que tem ocorrido na região.

Um dos principais motivos para esse fenômeno é o Plano Diretor de São Paulo, implementado em 2014, que visa a aumentar a ocupação nas áreas próximas aos eixos de transporte público, permitindo que pessoas de diferentes classes sociais morem mais perto do centro e dos pontos de ônibus e estações de metrô. No entanto, essa estratégia não tem alcançado seu objetivo, segundo a arquiteta urbanista Raquel Rolnik.

Embora o plano tivesse a intenção de proporcionar moradia para famílias de menor renda, o que se observa é um aumento do número de apartamentos destinados aos segmentos mais abastados da população. Segundo o sindicato Secovi, o número de apartamentos novos lançados no mercado em São Paulo passou de 23.000 para 82.000 entre 2015 e 2021.

Esse "boom imobiliário" tem gerado uma crise social na cidade, com um grande número de pessoas vivendo em situação de rua. Diante desse cenário, a Prefeitura reconhece as falhas no plano e, recentemente, a Câmara Municipal votou uma revisão do Plano Diretor que permitirá a construção de ainda mais prédios.

A ideia por trás dessa medida é ampliar a área de densificação perto dos eixos de transporte público para reduzir o preço dos imóveis e torná-los mais acessíveis para as famílias de menor renda. No entanto, as construtoras não têm obrigação de construir habitações populares, apenas de reservar uma parte dos terrenos para a moradia social.

Além das questões sociais, a verticalização também tem impactado a memória e a identidade da cidade. Estabelecimentos históricos e culturais estão sendo substituídos por prédios, causando a perda de parte da história de São Paulo. Proprietária do bar "Ó do Borogodó", Stefânia Gola teme que seu estabelecimento também seja afetado e afirma que o bairro está perdendo os espaços de cultura negra e de samba.

Em suma, a onda de construções de arranha-céus em São Paulo tem gerado impactos tanto sociais quanto culturais. Enquanto os investidores imobiliários se aproveitam do "boom imobiliário", os moradores lutam para preservar seus espaços e memórias na cidade. Resta agora acompanhar as consequências dessas transformações no mercado financeiro e para os investidores individuais brasileiros.

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