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OCDE vê Brasil com desigualdade ainda elevada, mesmo com mais transferência de renda

OCDE vê Brasil com desigualdade ainda elevada, mesmo com mais transferência de renda

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OCDE avalia que transferência de recursos para famílias de baixa renda não reduziu a pobreza no Brasil

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou um relatório intitulado "Going for Growth 2023", no qual avalia que o aumento da transferência de recursos para as famílias de baixa renda e a ampliação da esfera de cobertura de programas sociais ainda não conseguiram reduzir a pobreza no Brasil, que ainda se mantém em níveis elevados. Além disso, a desigualdade social no Brasil continua sendo maior do que nos países que fazem parte da OCDE.

Segundo a OCDE, um dos principais entraves para a melhoria dessa condição é o alto nível de informalidade no mercado de trabalho, aliado à renda instável dos trabalhadores com qualificação profissional limitada. O relatório da organização destaca a necessidade de fortalecer os gastos sociais de forma a direcioná-los para benefícios que realmente atinjam as famílias de baixa renda.

Recomendações da OCDE para estimular o crescimento e reduzir desigualdades

A OCDE sugere uma série de medidas para estimular o crescimento econômico no Brasil e reduzir as desigualdades sociais. Entre as recomendações estão o fortalecimento do acesso à educação infantil, com o objetivo de melhorar a igualdade de oportunidades e permitir que mais mães busquem emprego.

Além disso, a OCDE enfatiza a importância de melhorar a qualidade do ensino primário e secundário, de forma a reduzir a lacuna de habilidades existente no país. A organização destaca que o Brasil ainda possui um longo caminho a percorrer para melhorar o mercado de trabalho e o ambiente para os negócios, incluindo a redução de barreiras tarifárias e não tarifárias.

Barreiras comerciais e profissionais no Brasil

A OCDE aponta que as barreiras comerciais no Brasil ainda são elevadas, o que limita a concorrência das empresas estrangeiras. A organização destaca a necessidade de facilitar o comércio no país, reduzindo tarifas de importação e requisitos de conteúdo local.

A entidade também ressalta a existência de barreiras à concorrência em profissões regulamentadas, como contadores, arquitetos, engenheiros civis, agentes imobiliários, advogados e notários. Segundo a OCDE, as barreiras para atuação nessas áreas ainda são elevadas, o que prejudica a concorrência e o acesso ao mercado.

Investimentos em educação e infraestrutura digital

A OCDE constata que a qualidade do ensino brasileiro é baixa e considera subdesenvolvido o nível de treinamento profissional no país. Para solucionar essa questão, a organização sugere o aumento dos recursos destinados a cursos de formação profissional, visando preencher as lacunas de competências e melhorar a integração no mercado de trabalho.

No âmbito da infraestrutura digital, a OCDE identificou que o acesso à internet aumentou para 80% da população brasileira em 2020. No entanto, o acesso a redes de banda larga ainda é limitado a apenas 17% dos usuários. A organização recomenda o aumento do investimento público para melhorar essa proporção.

Considerações finais

A OCDE conclui que, apesar do aumento da transferência de recursos para as famílias de baixa renda e da ampliação dos programas sociais, a pobreza no Brasil ainda persiste em níveis preocupantes. A organização destaca a necessidade de medidas mais efetivas para reduzir as desigualdades sociais, como o aprimoramento do mercado de trabalho, a redução de barreiras comerciais e profissionais, e o investimento em educação e infraestrutura digital.

Para os investidores brasileiros, essas informações são relevantes, uma vez que a redução da desigualdade social e o estímulo ao crescimento econômico são aspectos importantes para o desenvolvimento do país. É fundamental que o mercado de trabalho se torne mais inclusivo e que haja investimentos na educação e infraestrutura, proporcionando oportunidades para todos e impulsionando o crescimento sustentável da economia brasileira.

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