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O suicídio de professora vítima de 'bullying de pais' na Coreia do Sul

O suicídio de professora vítima de 'bullying de pais' na Coreia do Sul

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O suicídio de professora vítima de 'bullying de pais' na Coreia do Sul

No dia 3 de julho, uma professora do Ensino Fundamental da Coreia do Sul expressou em um diário o desejo de "abandonar tudo" devido à sua carga de trabalho excessiva. Duas semanas depois, ela foi encontrada morta no armário da sala de aula. O trágico episódio desencadeou uma onda de protestos por parte dos professores em todo o país, levando dezenas de milhares deles a entrarem em greve para exigir melhor proteção no trabalho.

Os professores alegam que frequentemente são vítimas de assédio por parte dos pais, que os ligam a qualquer hora do dia e do final de semana com reclamações injustas e incessantes. Essa pressão constante tem afetado negativamente a saúde mental dos professores, levando a casos extremos como o suicídio.

A situação na Coreia do Sul reflete uma cultura hipercompetitiva, na qual o sucesso acadêmico é valorizado acima de tudo. Os alunos são pressionados desde cedo a competir por notas altas e a entrar nas melhores universidades. Além disso, os pais enviam seus filhos para escolas extracurriculares caras, conhecidas como hagwons, que funcionam longas horas.

No entanto, essa mentalidade de competição intensa tem consequências negativas. A pressão excessiva sobre os professores e alunos acaba gerando um ambiente propício para o bullying e a violência nas escolas. As famílias sul-coreanas, que costumavam ter vários filhos, agora têm apenas um, o que significa que os pais veem essa única oportunidade como a chave para o sucesso futuro de seu filho.

Os pais muitas vezes culpam os professores por qualquer falha ou dificuldade de seus filhos, gerando uma atmosfera de hostilidade e agressividade contra os profissionais. Os casos de reclamações infundadas são frequentes, chegando ao ponto dos professores serem acusados de abuso infantil por medidas disciplinares ou por não atenderem a pedidos pessoais dos pais.

A pressão e o medo de serem acusados de abuso infantil têm levado os professores a uma situação extrema de estresse e ansiedade, afetando sua saúde mental e tornando difícil o exercício de sua autoridade em sala de aula. Muitos professores têm se sentido incapazes de intervir em situações de conflito entre os alunos, com receio de serem denunciados injustamente pelos pais.

Diante dessa realidade preocupante, o governo sul-coreano emitiu novas diretrizes para os professores, permitindo-lhes expulsar alunos perturbadores da sala de aula e discipliná-los quando necessário. Além disso, os professores agora têm o direito de recusar reuniões com os pais que não tenham sido agendadas com antecedência.

No entanto, muitos acreditam que esse problema vai além de simples diretrizes e requer uma reforma significativa no sistema educacional do país. É necessário mudar a maneira como a sociedade sul-coreana encara o sucesso acadêmico e reduzir a pressão excessiva sobre alunos e professores.

A situação na Coreia do Sul serve como um alerta para a importância de se valorizar e respeitar os profissionais da educação, fornecendo-lhes um ambiente de trabalho saudável e apoio adequado. Além disso, é fundamental que os pais participem ativamente na educação de seus filhos, mas sem exceder os limites e respeitando o trabalho dos professores.

A tragédia vivida pela professora sul-coreana deve servir como uma reflexão sobre a importância da saúde mental e do bem-estar de todos os envolvidos no sistema educacional. O cuidado com os professores é essencial para garantir um ambiente de aprendizado saudável e de qualidade para os alunos.

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