O que é preciso ser feito para que mais mulheres ocupem posições de liderança no mercado financeiro?

Apesar dos avanços significativos na participação das mulheres no mercado de trabalho, ainda há uma grande desigualdade de gênero no setor financeiro. Um recente estudo realizado pela Mercer revela que apenas 2 em cada 10 profissionais do nível executivo são mulheres, mesmo representando metade da base de colaboradores. Além disso, as mulheres enfrentam uma disparidade salarial, recebendo em média 3% a menos no início da carreira, 12% a menos no nível médio e 16% a menos em cargos de alta liderança, em comparação com os homens.

Essa falta de representatividade feminina no topo hierárquico das empresas apresenta desafios para a transformação do mercado financeiro. É necessário que as instituições, o poder público e as próprias mulheres atuem em conjunto para mudar essa realidade. Uma das principais barreiras enfrentadas pelas mulheres é o acesso limitado à capacitação, mentoria e networking. Por isso, é fundamental que as organizações invistam em programas de desenvolvimento de lideranças para mulheres, além de proporcionar um ambiente inclusivo e plural em suas equipes.

A B3, bolsa de valores brasileira, estabeleceu que até 2026 as empresas listadas precisarão incluir pelo menos uma mulher e uma minoria sub-representada em seus conselhos de administração ou equipes executivas. Essa iniciativa visa promover a diversidade no ambiente corporativo, atendendo a demanda do mercado e da sociedade.

O que as mulheres podem fazer por suas carreiras?

As próprias profissionais possuem um papel importante na reversão das desigualdades de gênero no mercado financeiro. Para isso, é necessário investir em qualificação e busca por autoconhecimento. Estudar e se preparar adequadamente são fundamentais para adquirir segurança e coragem para ocupar posições de destaque. Além disso, buscar feedbacks e mentorias com líderes e referências na área é uma estratégia valiosa para identificar pontos fortes e fracos, bem como desenvolver habilidades.

Priorizar a saúde mental também é essencial para o sucesso profissional. A autoestima, confiança e autoaceitação são aspectos fundamentais para enfrentar os desafios e tomar iniciativas na carreira. É importante também ter coragem para pedir ajuda quando necessário e não deixar a insegurança paralisar as ações.

A maternidade também é um ponto importante a ser considerado, pois ainda gera impactos significativos na carreira das mulheres. Estudos mostram que a fase da vida em que as mulheres precisam tomar decisões sobre a maternidade influencia na disparidade salarial e de oportunidades entre homens e mulheres. É fundamental que haja uma regulamentação adequada da licença-paternidade, proporcionando maior equidade e reduzindo as interrupções na carreira das mulheres.

Em resumo, para que mais mulheres ocupem posições de liderança no mercado financeiro, é necessária uma ação conjunta das instituições, do poder público e das próprias mulheres. As organizações devem investir em programas de desenvolvimento de lideranças femininas e promover um ambiente inclusivo. As mulheres, por sua vez, devem buscar qualificação, desenvolver o autoconhecimento, cuidar da saúde mental e buscar apoio e mentoria. Juntos, é possível transformar o cenário e alcançar uma maior igualdade de gênero no setor financeiro.