O que é a MSK, empresa acusada de prejudicar 3,5 mil pessoas em golpe milionário com criptomoedas?
17/08/2023Empresa de criptomoedas MSK Invest quebrou, deixando clientes no prejuízo
Na tarde da última quarta-feira (16), os responsáveis pela MSK Invest foram ouvidos pelos deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigam pirâmides financeiras com criptomoedas. A empresa sediada em Santana do Parnaíba (SP) prometia um retorno fixo de 5% em operações com ativos digitais, porém não cumpriu com a promessa e acabou quebrando, prejudicando cerca de 3,5 mil pessoas.
Fundada em meados de 2015 pelos empresários Glaidson Tadeu Rosa e Carlos Eduardo de Lucas, a MSK Invest se apresentava como uma assessoria de investimentos com foco em ativos de risco, como criptomoedas. A empresa contava com cerca de 80 funcionários e 300 agentes autônomos parceiros. No final de 2021, a MSK deixou de efetuar os pagamentos aos clientes, alegando uma "apropriação indébita" realizada por um colaborador do negócio.
Esse comportamento de terceirizar a culpa após a queda é comum em empresas acusadas de golpes envolvendo criptoativos. Além de citar possíveis furtos praticados por funcionários, elas costumam culpar supostos hacks, travamentos de ativos digitais em exchanges parceiras ou até mesmo ações do Estado.
Em 2022, a Polícia Civil de São Paulo indiciou a MSK Invest por pirâmide financeira, lavagem de dinheiro e outros crimes. Segundo as investigações, a empresa captou mais de US$ 1 bilhão e desviou esses valores para carteiras desconhecidas em posse de pessoas não identificadas. A MSK movimentou criptomoedas de forma inadequada em pelo menos seis exchanges, como Mercado Bitcoin, Binance e Bitfinex.
O caso foi concluído pela Polícia Civil no início deste ano e encaminhado ao Ministério Público, que irá decidir se apresenta ou não denúncia. Durante o processo, a MSK Invest firmou um acordo com o Procon-SP para ressarcir os clientes, mas também não cumpriu com o acordo. Além disso, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, estratégia adotada por outras empresas envolvidas em esquemas ponzi, como os casos do "Faraó do Bitcoin" no Rio de Janeiro e o "Rei do Bitcoin" no Paraná.
Na CPI, Glaidson Tadeu Rosa, sócio da MSK Invest, afirmou que pretende ressarcir os clientes. No entanto, ele disse que é necessário antes realizar o desbloqueio de aproximadamente R$ 400 milhões em criptomoedas da empresa, que estariam "presas" em carteiras cripto.
Essa situação da MSK Invest demonstra mais um caso de fraude envolvendo criptomoedas, que acaba prejudicando investidores brasileiros. É importante ressaltar que, mesmo com o crescimento do mercado de criptomoedas, é fundamental que os investidores estejam atentos e realizem uma análise criteriosa antes de investir nesse tipo de ativo. É necessário verificar a idoneidade das empresas e ter cautela com promessas de retornos fixos, que muitas vezes são indicativos de esquemas fraudulentos. Acompanhar as notícias sobre o mercado financeiro e buscar informações de qualidade são ações fundamentais para evitar cair em armadilhas. A atuação das autoridades também é essencial para investigar e punir os responsáveis por esse tipo de fraude, visando proteger o investidor brasileiro e preservar a integridade do mercado de investimentos no país.