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O gato subiu no telhado

O gato subiu no telhado

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O atual presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, está em uma situação delicada. Sua permanência no cargo está ameaçada e seu futuro já parece ser traçado. Isso não me surpreende, pois, em minha opinião, Bartolomeo tem sido um líder que encolheu a Vale, tanto em termos econômicos quanto em questões relacionadas à responsabilidade ambiental e sustentabilidade do negócio.

Uma visão crítica sobre a atuação da Vale

De acordo com a minha análise, a Vale não tem feito nem metade do necessário pelo planeta, enquanto desfaz dele em suas ações. Os riscos das barragens, que estão em estado crítico, colocam a empresa em sério perigo de sobrevivência. Seria esperado que a empresa assumisse a responsabilidade pelos dois desastres ambientais ocorridos em Mariana (2015) e Brumadinho (2019), mas isso não foi feito até agora. Essas tragédias ainda estão como feridas abertas, sem que a Vale faça um esforço genuíno para resolvê-las.

O comportamento da empresa e seus acionistas

O que tenho observado é uma união entre a empresa e seus acionistas para silenciar a população local afetada. Isso inclui até mesmo os fundos de pensão das estatais, que parecem apoiar essa postura. Fico surpreso com a solidariedade entre os trabalhadores "ricos", que possuem planos de Previdência Privada, e os "pobres", que têm que lidar com o lixo tóxico resultante das tragédias. Essa situação me faz lembrar da cena final do livro "A Revolução dos Bichos", onde os homens e os porcos se reúnem em uma sala, e um cavalo não consegue distingui-los.

Os motivos para a substituição do presidente da Vale

Embora o motivo alegado para a troca de presidente seja a aproximação do clã político atualmente no poder, acredito que há outros fatores em jogo. A Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, tem demonstrado insatisfação com a direção da empresa, o que pode ser um dos motivos para a mudança. No entanto, ainda fico questionando qual seria o interesse do principal executivo de uma empresa com um valor de mercado de R$ 448 bilhões em relação àquele que nem sequer pode ter o nome mencionado.

A repercussão dos acidentes ambientais e suas consequências

A apuração das responsabilidades pelos rompimentos das barragens de Mariana e Brumadinho ainda está em andamento, e tanto a Vale quanto a consultoria alemã Tüv Süd estão sendo julgadas. As duas empresas podem sofrer diferentes sanções e os advogados das vítimas estimam indenizações que chegam a R$ 200 bilhões. A Vale contratou a FSB, uma grande agência de comunicação, para tentar reverter sua imagem negativa, mas confesso que torço pelo fracasso desse esforço.

O cenário atual da Vale e a segurança das barragens

Segundo levantamento da Agência Nacional de Mineração, existem 36 barragens em risco, sendo 29 delas da Vale. A agência chegou até mesmo a sugerir evacuações. Qualquer acidente que ocorra representará um gasto considerável para a empresa, que poderá utilizar uma pequena parte dos R$ 55 milhões recebidos este ano em salários para cobrir os custos com advogados. Parece-me que a Vale tem uma postura arrogante, acreditando que nunca erra, e isso acaba causando graves falhas em sua atuação.

A importância de restaurar a dignidade dos trabalhadores afetados

Embora tenha mencionado principalmente o impacto humano das tragédias, é importante ressaltar também o desastre ambiental causado pela Vale. Essa situação deveria ter levado a diretoria da empresa, que permitiu que isso acontecesse, a enfrentar as consequências legais. Da forma como aconteceu, lembra-me um episódio envolvendo a Telefónica, da Espanha, que ao assumir a Telesp no Brasil, demitiu os técnicos mais experientes e precisou lidar com problemas de conexão. A pressão da opinião pública fez com que a empresa repensasse sua estratégia de instalação no país.

As possíveis substituições para o cargo de presidente da Vale

Diversos nomes têm sido cogitados para o cargo de presidente da Vale. Um deles é o de Guido Mantega, ex-ministro que possui uma longa trajetória de serviços prestados ao Brasil e ao PT. Outra opção seria Cafarelli, ex-presidente do Banco do Brasil, que possui boas relações com figuras importantes do governo atual. No entanto, existem críticas severas em relação às decisões tomadas por ele durante seu mandato no Banco do Brasil.

Um pedido para o presidente Lula

Caso o presidente Lula seja eleito, gostaria de pedir a ele que não apenas substitua o atual presidente da Vale, mas também promova uma mudança nos valores da empresa e restaure a dignidade dos trabalhadores afetados em Mariana e Brumadinho.

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