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O Brasil deveria entrar na Opep+, o cartel do petróleo mundial? Especialistas opinam

O Brasil deveria entrar na Opep+, o cartel do petróleo mundial? Especialistas opinam

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O Brasil e o convite para fazer parte da Opep+

O Brasil recebeu um convite para ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+), uma versão estendida da Opep, o cartel dos exportadores de petróleo. No entanto, especialistas apontam que não faz sentido o país se tornar aliado dessa organização.

Motivos contrários à entrada do Brasil na Opep+

De acordo com José Mauro Coelho, presidente da consultoria Aurum Energia e ex-presidente da Petrobras, existem três motivos pelos quais o Brasil não deveria entrar na Opep+. Primeiro, o país estaria sujeito às cotas de permissão para exportar, o que limitaria sua produção e monetização das reservas.

Segundo, o Brasil precisa monetizar rapidamente suas reservas de petróleo, tornando-se um dos cinco maiores produtores e exportadores do mundo até 2032. Entrar na Opep+ apenas traria insegurança aos investidores no petróleo brasileiro, pois o objetivo da organização é controlar e limitar os volumes exportados.

Por fim, o governo brasileiro não teria como controlar as exportações das empresas privadas, o que poderia contradizer os interesses do país ao entrar na Opep+.

Impactos para os investidores e o mercado financeiro no Brasil

Marcio Felix, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás e seus associados (ABPIP), afirma que a inclusão do Brasil na Opep+ poderia prejudicar a atração de investimentos e o valor de mercado das empresas que atuam no país, como a Petrobras.

Estar associado ao grupo poderia enviar uma mensagem contraditória em relação ao discurso de potência da diversidade energética sustentável que o Brasil busca transmitir ao mundo. Além disso, o perfil exportador crescente de petróleo do país traz desafios a uma eventual discussão de cotas na Opep+.

Contradições no contexto do convite

A proposta do Brasil para entrar na Opep+ ocorre em um contexto contraditório. Após a escolha de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, como sede da Cúpula do Clima (COP 28), o tema "energia verde" perdeu espaço para os combustíveis fósseis. Isso gera uma sensação de distorção de objetivo do evento.

Outra contradição ocorre entre o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende a transição energética e a redução da produção de combustíveis fósseis, e a posição do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que incentiva o Brasil a aceitar o convite da Opep+ apenas como observador.

Avaliação do convite e decisão final

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está avaliando a proposta, mas a decisão final cabe ao presidente Lula, que ainda não se pronunciou sobre o assunto. Caberá ao governo analisar os argumentos contrários à entrada do Brasil na Opep+ e considerar o impacto que essa decisão teria no mercado financeiro e para os investidores do país.

Fonte: Blog Fluxo Investimentos

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