Nova Rota da Seda chinesa gera mais de US$ 2 trilhões em contratos
10/10/2023Nova Rota da Seda chinesa gera mais de US$ 2 trilhões em contratos
A China anunciou nesta terça-feira que o projeto de infraestruturas "Nova Rota da Seda" gerou mais de US$ 2 trilhões em contratos mundiais. A iniciativa, comemorando seu 10º aniversário neste mês, consiste em investimentos chineses em projetos de infraestrutura em diversas regiões como Ásia, Oriente Médio, Europa e África.
No entanto, o projeto tem sido alvo de críticas, acusado de mergulhar nações com poucos recursos em dívidas colossais. De acordo com o Conselho de Estado chinês, os países participantes da iniciativa devem mais de US$ 300 bilhões ao Eximbank, o Banco de Importação e Exportação da China.
O valor dos contratos de construção firmados com os parceiros chineses atingiu aproximadamente o PIB anual de países como a Rússia ou o Canadá. Além disso, o volume de negócios dos empreiteiros chineses atingiu a marca de US$ 1,3 trilhão.
Por outro lado, o saldo de empréstimos do Eximbank chinês para esses projetos chega a 2,2 trilhões de yuans. Esse montante implica uma dívida média de cerca de US$ 2,4 bilhões por país participante.
No entanto, especialistas consideram que esses números estão subestimados e que as dívidas ocultas podem chegar a até US$ 800 bilhões. A falta de informações sobre esses projetos e como esses dados foram calculados preocupa os analistas.
Apesar disso, o Conselho de Estado chinês afirmou que o programa Nova Rota da Seda trouxe ganhos reais aos países participantes. Entretanto, muitos parceiros têm se mostrado cautelosos em relação aos custos envolvidos na iniciativa. A Itália, por exemplo, está considerando abandonar o projeto.
Neste mês, a China receberá o terceiro Fórum para a Cooperação Internacional das Novas Rotas da Seda, onde se espera a presença do presidente russo, Vladimir Putin. Esta seria a primeira visita de Putin à China desde o início da invasão da Ucrânia. Ainda não foi confirmado quando o evento acontecerá.
Os países e parceiros que participam ativamente na Iniciativa das Novas Rotas da Seda são bem-vindos em Pequim para discutir planos de cooperação e buscar o desenvolvimento comum, conforme declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, no mês passado.