Não Quero Voltar a Morar na Europa: Crescente Busca de Brasileiros pelo Retorno ao Brasil

Em 2023, a Agência da ONU para as Migrações registrou o retorno de 1.661 brasileiros, um número surpreendente que representa mais que o triplo dos retornos auxiliados em 2016. Este crescimento reflete o desespero de muitos imigrantes que, ao buscarem novas oportunidades na Europa, se depararam com dificuldades que superaram suas expectativas.

O que acontece quando o sonho vira pesadelo?

Mesmo com boas intenções, histórias como a de Silas Silva Mello, um maranhense de 32 anos, ilustram a dura realidade enfrentada por muitos brasileiros no exterior. Após se mudar para Portugal com a esperança de uma vida melhor, Silas descobriu uma série de desafios inesperados que o levaram a retornar ao Brasil.

Desafios inesperados: o relato de Silas

Silas, formado em Marketing, sonhava em se estabelecer na Europa para enviar dinheiro para suas irmãs no Brasil. No entanto, a falta de moradia, os aluguéis exorbitantes e um tratamento discriminatório que enfrentou como brasileiro o deixaram em uma situação insustentável. Ele relata: “Meu sonho virou um pesadelo.”

A realidade de muitos imigrantes: a história de Lucas

Assim como Silas, Lucas Ferreira, de 37 anos, buscou o mesmo sonho em Portugal e, após quatro anos, teve que voltar. Trabalhando como barbeiro, Lucas viu sua situação piorar com a pandemia e as limitações que surgiram sem um visto de trabalho. Ao retornar ao Brasil, ele encontrou um alívio e uma nova oportunidade: “Voltar foi um alívio. O Lucas que voltou é diferente do que partiu.”

Aumento drástico nos pedidos de retorno

As experiências de Silas e Lucas não são únicas; são parte de uma crescente tendência observada por agências de migração. Desde 2016, o programa Retorno Voluntário já ajudou milhares de brasileiros a reescrever suas histórias, oferecendo suporte financeiro e documentação para reintegração no Brasil.

Em busca de um novo começo

A realidade é que muitos brasileiros estão optando por retornar ao país, não como um sinal de fracasso, mas como uma nova oportunidade de vida. Como explica o professor Leonardo Cavalcanti, essa mudança de paradigma retrata a resiliência e a adaptação dos transmigrantes em um mundo dinamicamente em transformação. “Hoje, retornar não é visto como uma decisão definitiva, mas como parte de um processo de migração que pode ser cíclico”.

Essas histórias de retorno nos convidam a refletir sobre os desafios da vida no exterior e as oportunidades que o Brasil ainda pode oferecer. O que você acha que pode ser feito para apoiar aqueles que retornam?