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Milionários pagam menos IR que classe média, enquanto também ficam mais ricos

Milionários pagam menos IR que classe média, enquanto também ficam mais ricos

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Milionários pagaram alíquotas menores de imposto em relação a profissionais de renda média e alta em 2022

Uma pesquisa revelou que milionários no Brasil pagaram alíquotas menores de imposto de renda em comparação a profissionais como professores, enfermeiros, servidores públicos e médicos. Isso ocorreu mesmo com o aumento da declaração de imposto de renda.

De acordo com a pesquisa, os contribuintes que declararam ganhos acima de 160 salários mínimos pagaram, em média, uma alíquota efetiva de 5,5%. Essa alíquota representa a fatia da renda total que é destinada ao pagamento de imposto de renda para a Receita Federal. Já indivíduos que ganham entre 15 e 20 salários mínimos pagaram a maior alíquota efetiva registrada em 2021, que foi de 11,25%. O rendimento médio dessa faixa de renda é de aproximadamente R$ 250 mil.

A média de alíquota de 5,5% paga por pessoas com rendimentos acima de 160 salários mínimos é menor do que a paga por muitos profissionais. Professores do ensino médio, por exemplo, pagaram uma alíquota efetiva de 8,94% no Imposto de Renda de 2022, tendo uma renda média total de R$ 98.223,79 em 2021. Enfermeiros, farmacêuticos e nutricionistas, com uma renda média total de R$ 90.381,14, pagaram uma alíquota efetiva de 8,77%. Policiais militares pagaram 8,87% de alíquota efetiva, registrando uma renda média de R$ 105.068,06. Até mesmo os médicos pagaram um percentual maior de imposto de renda do que os milionários, com uma alíquota média de 9,42% e uma renda de R$ 415.083,87 em 2021.

Segundo o presidente do Sindifisco Nacional, Isac Falcão, essa diferença de alíquotas entre os mais ricos e os profissionais de renda média e alta se deve ao fato de que parte da renda dos milionários é composta por lucros e dividendos de suas empresas, que são isentos de imposto no Brasil desde 1996. Ele explica que a participação desses rendimentos isentos e não tributáveis no total da renda declarada tem aumentado, o que mostra uma maior regressividade no sistema tributário, já que os super-ricos estão utilizando esses recursos e contribuindo ainda menos para a arrecadação federal.

O estudo também aponta que, nas faixas de renda mais baixas, entre 1 e 2 salários mínimos mensais, cerca de 10% é composto por rendimentos isentos e não tributáveis, enquanto 86,66% são rendimentos tributáveis brutos.

Além disso, o documento revelou que a alíquota efetiva paga pelos contribuintes de maior renda diminuiu nos últimos dois anos, entre 2019 e 2021, ao mesmo tempo em que houve um aumento no pagamento de lucros e dividendos nesse período.

Esses dados mostram a desigualdade existente no sistema tributário brasileiro, onde os mais ricos acabam pagando menos impostos em comparação a profissionais de renda média e alta. Essa situação tem um impacto direto no mercado financeiro e nos investidores individuais no Brasil, já que uma carga tributária mais alta para esses profissionais pode afetar sua capacidade de investir e poupar dinheiro. Além disso, essa disparidade no tratamento tributário pode gerar um sentimento de injustiça e desânimo entre os contribuintes brasileiros.

É importante que haja uma revisão e uma reforma no sistema tributário do país, de forma a torná-lo mais justo e progressivo, onde os mais ricos paguem uma parcela maior de impostos, contribuindo assim para a redução das desigualdades sociais e para o desenvolvimento econômico do Brasil.

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