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Milei quer poderes autoritários e fazer em um mês reformas que Brasil fez em três décadas

Milei quer poderes autoritários e fazer em um mês reformas que Brasil fez em três décadas

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Milei quer poderes autoritários e fazer em um mês reformas que Brasil fez em três décadas

Por alguns meses, discutiu-se qual seria o plano econômico de José Luis Espert, conhecido como Milei, para a Argentina. Surgiram preocupações sobre possíveis medidas extremas, como o fim do Banco Central e a dolarização, que poderiam trazer enormes consequências para a economia. Entretanto, as reviravoltas radicais propostas por Milei parecem abstrações diante do panorama atual do país.

A proposta de Milei não apresenta um plano econômico estruturado ou um projeto para lidar com o déficit do governo, que é um dos principais desafios enfrentados pela Argentina. O que existe é um plano para transformar completamente o país, de forma que uma Argentina renovada, por meio de decretos, possa alcançar estabilidade de preços, ganhos de produtividade e crescimento duradouro.

No entanto, não há um plano progressivo de implementação, com metas e mudanças institucionais articuladas com a sociedade. A ideia é "explodir" a Argentina atual e esperar que, quando os "pedaços" caírem, eles se encaixem de forma nova e funcional. Milei defende mudanças nos códigos legais, desregulamentação completa, privatização de tudo, limitação do direito de greve e manifestação, além de reformas previdenciárias e alterações no código penal. Ele também propõe a criação de leis de emergência econômica, social, fiscal e tributária, que possibilitariam ao presidente governar por decreto, até mesmo no que diz respeito a impostos.

Essas mudanças são tão abrangentes que nenhum jornal conseguiria descrever todo o seu impacto em apenas algumas páginas. Um decreto completo e um projeto de lei amplo estão sendo propostos, sendo necessário que sejam aprovados ou rejeitados na íntegra. Milei pretende que a "Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos" seja aprovada integralmente, em regime de urgência, até o final de janeiro.

Apesar das afirmações dos ministros de que o presidente tem um mandato para promover essas mudanças, o Congresso tem demonstrado resistência. O governo atual conta apenas com um quarto dos deputados e a Justiça tem barrado o decreto, considerando-o ilegal, assim como partes do projeto de lei são consideradas inconstitucionais.

As reformas propostas por Milei envolvem mudanças que o Brasil levou décadas para implantar, a partir de 1985, com a redemocratização. No entanto, o pacote de medidas de Milei vai além, incluindo características de políticas adotadas anteriormente, como a liberalização moderada de FHC e as mudanças de Michel Temer, entre outras.

É importante reconhecer que a Argentina enfrenta problemas econômicos graves, como intervenções erradas, corrupção e falta de crédito. O país precisa de mudanças significativas e rápidas para lidar com sua dívida externa e recuperar sua economia. Na visão de Milei, isso significa uma verdadeira revolução, com poderes excepcionais típicos desse tipo de evento histórico.

No entanto, é fundamental considerar que as reformas propostas por Milei trarão consigo consequências significativas, como inflação, redução salarial, aposentadorias e benefícios sociais, além de interferir em interesses de diferentes grupos na sociedade. A Argentina tem uma tradição marcante de protestos sociais, tornando-se incerto como a população reagirá diante de um plano de revolução econômica como esse.

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