Malan: Grande calcanhar de Aquiles que temos é o regime fiscal
06/12/2023Malan: Grande calcanhar de Aquiles que temos é o regime fiscal
O ex-ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou em um evento promovido pela RB Investimentos que o grande desafio da economia brasileira é o regime fiscal. Segundo ele, é necessário questionar como funcionará o arcabouço fiscal proposto, que prevê uma trajetória de primário para os anos de 2024, 2025 e 2026.
Malan ressaltou que será muito difícil alcançar essa meta, pois o país enfrenta o desafio de lidar com o aumento de gastos já contratados e a dificuldade de aumentar significativamente as receitas. Ele reconheceu os esforços do atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em mostrar que é possível, mas ressaltou que em 2024 haverá um relatório bimestral do Tesouro Nacional que mostrará o resultado do primeiro bimestre. Dependendo dos resultados, o Ministério da Fazenda terá que refazer suas projeções.
Além disso, durante o evento, Malan também alertou que o Brasil provavelmente precisará fazer uma nova reforma da Previdência por volta de 2030. Isso acontece devido à diminuição do número de trabalhadores ativos, que hoje sustentam os aposentados.
Essas declarações do ex-ministro da Fazenda têm grande relevância para o mercado financeiro brasileiro e para os investidores individuais. O regime fiscal é um dos pilares da estabilidade econômica e tem impacto direto na confiança dos investidores e na capacidade do país de atrair investimentos.
A dificuldade em atingir a meta de primário para os próximos anos pode aumentar a preocupação dos investidores em relação à sustentabilidade da dívida pública, influenciando as taxas de juros e o valor do real frente a outras moedas. Além disso, a necessidade de uma nova reforma da Previdência no futuro também traz incertezas em relação à sustentabilidade das contas públicas e pode afetar a confiança dos investidores.
Portanto, é importante que o governo e o Ministério da Fazenda adotem medidas eficazes para lidar com o desafio do regime fiscal e busquem soluções para garantir a estabilidade econômica e a confiança dos investidores. A transparência e a responsabilidade fiscal serão fundamentais nesse processo, assim como o controle dos gastos públicos e o estímulo ao crescimento econômico de forma sustentável.