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Maior leilão de transmissão de energia do Brasil deve ter disputa limitada a grandes grupos

Maior leilão de transmissão de energia do Brasil deve ter disputa limitada a grandes grupos

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Maior leilão de transmissão de energia do Brasil deve ter disputa limitada a grandes grupos

O próximo mega leilão de transmissão de energia do Brasil, previsto para a próxima semana, deverá ter uma competição restrita, atraindo apenas um pequeno grupo de empresas e investidores com capacidade financeira e expertise técnica. Especialistas e executivos avaliam que a chinesa State Grid e a Eletrobras são as favoritas para disputar o principal lote oferecido, um bipolo que demandará um investimento de 18 bilhões de reais.

A State Grid e a Eletrobras são duas das poucas empresas que possuem a tecnologia exigida para o bipolo de alta tensão (HVDC) e possuem a capacidade financeira necessária para arcar com os altos custos do projeto. A State Grid afirmou estar sempre atenta a oportunidades de empreendimentos no setor de transmissão de energia, mas não comentou ações específicas relacionadas a leilões. Já a Eletrobras já manifestou publicamente a intenção de participar do leilão e tem planos de crescimento na área.

A participação de grandes investidores e fundos de investimento nesse leilão também é esperada. Vários fundos têm se associado a operadores do setor elétrico para entrar no segmento de transmissão, o que poderá ser visto nesse leilão. A divisão do bipolo em sublotes pela Aneel permitirá que as empresas possam concorrer não só pelo projeto todo, mas também por partes dele.

Esse leilão, marcado para o dia 15 de dezembro, será o maior já realizado no Brasil em termos de investimentos, com um total de 21,7 bilhões de reais previstos para a implantação dos projetos. Além do bipolo, serão oferecidos mais dois lotes de linhas e subestações com capacidade de transformação de 9.840 MVA.

A expectativa é que esse certame seja diferente dos anteriores, pois a complexidade e especificidade dos lotes podem limitar o número de participantes. Nos últimos cinco anos, os leilões de transmissão registraram uma média de pelo menos seis proponentes para cada lote. No entanto, algumas empresas já anunciaram que não participarão do leilão, como a ISA Cteep e a Taesa, que estão concentradas em projetos de suas carteiras.

Outras empresas, como a Engie Brasil e a Copel, afirmaram que não pretendem participar do leilão, mas ainda avaliarão os lotes. A Alupar e a Energisa estão considerando a participação, mas a Energisa está buscando sócios para vender ativos de transmissão, o que indica um menor foco na aquisição de novos projetos no momento.

Especialistas em infraestrutura e energia acreditam que não haverá novos entrantes ou empresas não tradicionais do setor de energia nos leilões. O tamanho do investimento e a necessidade de preparação prévia e contratação de equipamentos tornam esse cenário mais difícil. Além disso, a Aneel terá uma avaliação criteriosa com quem desejar entrar nesse mercado agora, devido aos problemas ocorridos com um vencedor do último leilão.

Esse leilão faz parte de uma série de certames planejados pelo governo para aumentar a capacidade de escoamento de energia renovável gerada no Nordeste para os centros de carga do Sul e Sudeste. A expectativa é que sejam gerados cerca de 37.000 empregos durante a construção dos empreendimentos.

De acordo com a consultora em gestão ambiental Ambientare, os projetos não oferecem grandes impactos ambientais. O traçado proposto pela Aneel foi otimizado para evitar atravessar comunidades tradicionais, unidades de conservação e centros urbanos. O ponto crítico, porém, é o impacto social, já que haverá um pico de obras nas regiões por onde os projetos passam.

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