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Lula critica ‘falta de flexibilidade’ da UE em cúpula do Mercosul

Lula critica ‘falta de flexibilidade’ da UE em cúpula do Mercosul

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Lula critica ‘falta de flexibilidade’ da UE em cúpula do Mercosul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à "falta de flexibilidade" da União Europeia (UE) nas negociações comerciais com o Mercosul durante a cúpula do bloco realizada no Rio de Janeiro. Apesar de esperar a conclusão do acordo de livre-comércio entre os dois blocos, as negativas expressadas pela França e Argentina nas últimas semanas acabaram com as expectativas.

Lula citou o "protecionismo" do presidente francês Emmanuel Macron e a "falta de flexibilidade" da UE como os principais obstáculos para o crescimento dos países do Mercosul. Para o presidente brasileiro, o texto negociado é mais equilibrado, porém insuficiente, e as resistências por parte da Europa são muito grandes.

As exigências ambientais da UE, principalmente em relação ao desmatamento, foram reiteradas pela porta-voz da diplomacia francesa. Lula, no entanto, não deu o acordo por enterrado e incentivou o próximo presidente do Mercosul, Santiago Peña, do Paraguai, a não desistir do acordo.

Impacto no mercado financeiro e para investidores individuais no Brasil

A falta de flexibilidade da União Europeia nas negociações comerciais com o Mercosul pode ter impactos significativos no mercado financeiro e para investidores individuais no Brasil.

Caso o acordo de livre-comércio fosse concluído, isso criaria a maior área de livre-comércio do planeta e abriria novas oportunidades de negócios e investimentos para empresas e investidores brasileiros. A redução de barreiras comerciais poderia impulsionar o crescimento econômico do país e atrair mais investimentos estrangeiros.

No entanto, com a falta de flexibilidade da UE e as negativas expressadas por França e Argentina, as expectativas de concretização do acordo foram adiadas. Isso pode gerar incertezas no mercado financeiro, com possíveis impactos negativos no valor das ações de empresas exportadoras e no desempenho da economia brasileira como um todo.

Além disso, a falta de conclusão do acordo de livre-comércio pode afetar diretamente os planos de expansão e internacionalização de empresas brasileiras, que estavam contando com a abertura de novos mercados na Europa.

A crise Venezuela-Guiana entra na agenda

Outro ponto discutido na cúpula do Mercosul foi a crise entre Venezuela e Guiana pela disputa do Essequibo, uma região rica em petróleo. O presidente brasileiro ressaltou a importância de se evitar um conflito armado na América do Sul e pediu a aprovação de uma declaração conjunta para a mediação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Primeiro acordo com a Ásia

Apesar das dificuldades nas negociações com a UE, o Mercosul conseguiu apresentar uma conquista na cúpula do Rio: um acordo de livre-comércio com Singapura. Esse é o primeiro acordo do bloco em mais de 12 anos, além de ser o primeiro com um país asiático. O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, considerou o acordo como um sinal de que o Mercosul não está estagnado.

Uruguai sem barreiras

Lacalle Pou aproveitou a cúpula para desafiar seus parceiros a serem honestos em relação a possíveis negociações comerciais com a China. Ele defendeu uma maior abertura do bloco para a negociação de acordos bilaterais sem o consentimento de todos os membros. Segundo o presidente uruguaio, é preciso fazer comércio para fora, caso contrário, o Uruguai terá um saldo negativo na balança comercial com os demais países do Mercosul.

Adesão da Bolívia

Um destaque da cúpula foi a presença da Bolívia pela primeira vez como membro pleno do Mercosul. Esse é um marco importante para o bloco, pois a Bolívia é uma potência gasífera e detentora de grandes reservas de lítio.

Desafios para o futuro do bloco

A chegada do presidente ultraliberal Javier Milei, que é crítico ao funcionamento do Mercosul, e o fracasso do acordo com a UE trazem dúvidas sobre o futuro do bloco, de acordo com o pesquisador da London School of Economics, Bruno Binetti. Esses eventos podem impactar a continuidade das negociações comerciais e a integração regional no longo prazo.

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