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Levedura é criada com mais de 50% do DNA feito em laboratório

Levedura é criada com mais de 50% do DNA feito em laboratório

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Levedura é criada com mais de 50% do DNA feito em laboratório

Pela primeira vez na história, cientistas internacionais conseguiram criar uma célula de levedura composta por mais de 50% de DNA sintético. Essa nova versão da Saccharomyces cerevisiae, conhecida pelas suas aplicações na produção de bebidas alcoólicas e de fermento biológico para pães, possui os primeiros cromossomos artificiais do mundo. Apesar de ser uma criação em laboratório, a célula unicelular age da mesma forma que a sua versão "natural" e é capaz de se replicar normalmente.

Novidade na criação de organismos sintéticos

Até então, os cientistas já haviam recriado outros tipos de genomas em laboratório, como os de bactérias e vírus. No entanto, essa é a primeira vez que um organismo eucariótico, cujo material genético (DNA) está contido totalmente no núcleo, foi sintetizado artificialmente. Essa descoberta abre um novo campo de pesquisa com infinitas possibilidades, uma vez que os seres humanos também são eucarióticos.

Por que a levedura?

A escolha da levedura para esse experimento se deve à sua simplicidade genética. O genoma completo desse fungo contém apenas 16 cromossomos, o que torna possível a sua manipulação. Os fungos também são frequentemente utilizados em pesquisas científicas e possuem uma importância histórica na produção de alimentos e bebidas.

O processo de criação do DNA sintético

Os pesquisadores utilizaram diferentes técnicas e estratégias para criar o material genético semi-sintético da levedura. Primeiramente, eles criaram 16 cepas diferentes, cada uma contendo 15 cromossomos naturais e um sintético. Através de cruzamentos, o novo DNA foi herdado e misturado entre as cepas. Em seguida, os cientistas utilizaram uma ferramenta de edição genética semelhante à tesoura CRISPR para aprimorar o novo DNA gerado. Também removeram do genoma o chamado "DNA lixo" – partes do material genético sem função conhecida – que poderiam tornar as células instáveis. A última versão da levedura criada continha mais de 50% de DNA sintético, incluindo sete cromossomos inteiramente artificiais.

Impacto do estudo com levedura

De acordo com Patrick Yizhi Cai, coordenador do estudo e pesquisador da Universidade de Manchester, no Reino Unido, o objetivo dessa pesquisa é entender os princípios fundamentais dos genomas, criando versões sintéticas deles. Essa nova descoberta marca um avanço no campo de estudo da genética, pois os cientistas agora passam a pensar no melhor design para genomas inteiros, feitos a partir do zero, ao invés de editar genes individualmente. Essa descoberta pode ter aplicações diretas na bioprodução, no desenvolvimento de novas terapias e remédios.

Embora os cientistas já tenham alcançado um feito significativo, a ideia é ir além e desenvolver uma levedura com material genético 100% sintético, algo que nunca foi feito antes. Essa pesquisa promete trazer avanços significativos para a ciência e abrir novas possibilidades de inovação no campo da genética.

Leia a matéria completa no Canaltech.

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