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Juros: Taxas longas caem com anúncio da S&P, mas ata do Copom mantém curtas estáveis

Juros: Taxas longas caem com anúncio da S&P, mas ata do Copom mantém curtas estáveis

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Juros: Taxas longas caem com anúncio da S&P, mas ata do Copom mantém curtas estáveis

Os juros futuros tiveram um fechamento misto nesta terça-feira, com uma queda nos vencimentos longos e estabilidade no trecho curto. A decisão da agência S&P de elevar o rating do Brasil para BB, com perspectiva estável, foi o destaque do dia e trouxe alguma movimentação ao mercado, que estava bastante inerte. Com essa melhora na nota do país, os contratos já estavam precificando algo semelhante, por isso a reação imediata ao anúncio foi discreta, mas ganhou força ao longo do dia.

A elevação do rating se deu em função da aprovação da reforma tributária, que representa um progresso significativo para a questão fiscal do país. A S&P também deixou em aberto a possibilidade de novas melhorias na nota caso as reformas ampliem o crescimento de longo prazo do Brasil. Isso indica que, se houver um avanço mais rápido do que o esperado na solução dos desequilíbrios fiscais e estabilização da dívida, o rating pode ser elevado novamente nos próximos dois anos.

No entanto, os especialistas acreditam que a retomada do investment grade ainda tem um longo caminho a percorrer. O economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, destaca que os contratos de Credit Swap Default (CDS) do país já estavam em uma situação de quase investment grade. Já Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, ressalta que a elevação do rating é sempre uma notícia positiva e reflete uma nota mais condizente com o cenário brasileiro.

Apesar da movimentação causada pelo anúncio da S&P, a ata do Copom divulgada nesta terça-feira trouxe rigidez para as taxas. Os dirigentes reafirmaram o forward guidance de queda de 0,50 ponto percentual da Selic nas próximas reuniões, desapontando aqueles que esperavam uma indicação de aumento na dose para 0,75 ponto. A ata destacou a preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação e ressaltou que ainda há um longo caminho para a ancoragem e o retorno da inflação à meta.

Segundo o economista-chefe do Banco Fibra, Marco Maciel, a ata não trouxe novidades em relação à postura conservadora na redução da Selic. Ele ressalta que essa postura mais cautelosa do Copom pode levar a taxa de juros para 10%, acima da taxa terminal de 9,0% contida no cenário básico do banco. Portanto, a trajetória da Selic ao longo de 2024 e a taxa final no final do próximo ano devem ser acompanhadas com cautela pelos investidores.

Em resumo, o anúncio da elevação do rating do Brasil pela S&P trouxe algum impacto ao mercado de juros futuros, com queda nas taxas longas. No entanto, a ata do Copom manteve as taxas curtas estáveis, pois reforçou a postura conservadora na redução da Selic e trouxe preocupação em relação à inflação. Os investidores brasileiros devem ficar atentos aos desdobramentos das reformas e à trajetória da taxa de juros nos próximos períodos.

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