Juros e endividamento do consumidor seguram confiança dos pequenos empreendedores, diz Sebrae

Após dois meses consecutivos de queda, o índice que mede a confiança dos pequenos empreendedores registrou alta em novembro, chegando a 92,8 pontos. Segundo o Sebrae, que encomendou o estudo para a FGV, esse movimento foi influenciado pela retomada do otimismo na indústria.

No mês passado, houve um aumento de 0,6 ponto na confiança dos empreendedores, porém, não foi suficiente para reverter as quedas registradas em setembro e outubro. Apesar dos bons resultados na indústria, os setores de comércio e serviços apresentaram desempenho mais fraco em novembro.

De acordo com o Sebrae, a indústria observou um aumento no nível de escoamento dos produtos, e muitas empresas indicaram ter estoque insuficiente para atender à demanda. Após quatro meses seguidos de queda, o setor alcançou 99,6 pontos no índice.

Já no comércio, novembro foi o segundo mês consecutivo de queda, registrando 86,3 pontos. O setor continua sendo prejudicado pela baixa demanda dos consumidores, o que gera cautela por parte dos empresários.

No setor de serviços, houve uma queda de 4,1 pontos na confiança, chegando ao menor nível desde abril, com 91,1 pontos. Os empreendedores demonstraram baixo otimismo em relação aos negócios correntes e de médio prazo.

Décio Lima, presidente do Sebrae, avalia que a taxa de juros elevada e o endividamento do consumidor têm atuado como entraves para a retomada do otimismo dos empreendedores. Segundo ele, "apesar da quarta redução seguida na taxa Selic, o fato é que os juros brasileiros ainda são os mais altos do mundo". Lima ressalta também a dificuldade de acesso ao crédito por parte dos donos de pequenos negócios, principalmente os microempreendedores individuais, que muitas vezes têm dívidas para pagar.

Diante desse cenário, é importante que os empreendedores estejam atentos aos desafios e busquem estratégias para enfrentar a falta de confiança no mercado. A recuperação da economia e a redução dos juros são elementos essenciais para impulsionar o setor e estimular novos investimentos.