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Juros: DIs sobem após surpresa com IPCA-15, mas apresentam redução expressiva em 2023

Juros: DIs sobem após surpresa com IPCA-15, mas apresentam redução expressiva em 2023

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Juros: DIs sobem após surpresa com IPCA-15, mas apresentam redução expressiva em 2023

Na segunda-feira, mesmo com o dólar e as taxas dos Treasuries em alta, os juros futuros apresentaram uma diminuição no ritmo de alta durante a tarde, afastando-se das máximas registradas pela manhã. O mercado absorveu a leitura acima do esperado do IPCA-15 de dezembro, que indicou uma aceleração da inflação. No entanto, os dados de geração de emprego não tiveram um impacto relevante nas taxas.

As medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda pela manhã para recompor as receitas perdidas com a desoneração da folha de pagamentos já haviam sido absorvidas pelo mercado sem grandes sustos. No final do dia, as taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentaram uma redução em relação ao fechamento de novembro, com queda de 20 a 50 pontos-base. A curva a termo mostrou um alívio geral de mais de 250 pontos-base em 2023.

Essa queda expressiva nas taxas é atribuída tanto a fatores externos quanto internos. No cenário externo, o arrefecimento da inflação nos Estados Unidos e a expectativa de um corte na taxa básica americana pelo Federal Reserve no primeiro semestre de 2024 contribuíram para a redução das taxas futuras.

No âmbito interno, a aprovação do novo arcabouço fiscal e a reforma tributária também tiveram um impacto positivo nas taxas. A eliminação do chamado "risco de cauda" das contas públicas, conforme mencionado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, resultou na elevação da nota de crédito brasileira por agências de classificação de risco. No entanto, apesar dessas melhorias, o país ainda está longe de recuperar o grau de investimento.

A expectativa de inflação de longo prazo também caiu com as novas regras fiscais e a valorização do real, o que abriu espaço para o Banco Central iniciar um processo de corte de juros. A leitura do IPCA-15 de dezembro não desmontou as apostas de mais cortes seguidos da taxa Selic em 0,50 ponto percentual, mas diminuiu a expectativa de que o BC acelere o ritmo no primeiro trimestre de 2024.

O IPCA-15 de dezembro apresentou uma aceleração, passando de 0,33% em novembro para 0,40% em dezembro. Essa alta superou as estimativas dos analistas, mas não alterou o cenário de arrefecimento da inflação, segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese. Ela estima a Selic em 9,75% no final de 2024, com viés de baixa em sua projeção.

Após o IPCA-15 de dezembro, a equipe econômica da Warren Investimentos elevou sua projeção para a taxa de inflação deste mês. A estimativa para o IPCA de dezembro subiu de 0,35% para 0,45%, com a inflação fechando o ano em 4,51%, dentro do intervalo da meta. Nos anos anteriores, o IPCA ultrapassou o teto da meta, o que levou o Banco Central a divulgar cartas abertas com explicações para a alta da inflação.

Apesar da redução dos prêmios neste ano, os analistas veem alguns obstáculos para uma queda acentuada dos DIs nos próximos meses. Além da necessidade de uma inflação corrente menor e da convergência das expectativas para a meta, é preciso haver progresso no front fiscal, com o cumprimento dos objetivos estabelecidos no novo arcabouço. Além disso, os economistas demonstram ceticismo em relação à possibilidade de o governo atingir o déficit primário zero em 2024, mesmo com a aprovação de medidas para aumentar as receitas.

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