Importação de diesel pelo Brasil dispara com Rússia retomando fatia maior, diz StoneX

As importações de diesel pelo Brasil tiveram um aumento significativo em novembro, crescendo mais de 50% em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com a consultoria StoneX. O país importou 1,04 bilhão de litros do combustível, impulsionado pelo forte consumo interno, pela arbitragem favorável para compras externas e pelo retorno da competitividade do diesel russo no mercado brasileiro.

A Petrobras, principal produtora de combustíveis no país, vendeu diesel acima do preço de paridade de importação em suas refinarias na maior parte do mês, o que contribuiu para a alta nas importações. A redução do preço médio do diesel pela Petrobras em 6,7% nesta sexta-feira foi considerada conservadora por especialistas de mercado, que apontaram que os preços ainda estão acima da paridade.

O aumento das importações de diesel também pode ter sido influenciado pela possível antecipação de compras diante do aumento previsto de tributos federais a partir de janeiro. Na comparação com outubro, houve uma queda de 15,4% nas importações de diesel, mas as compras de diesel russo aumentaram significativamente no mesmo período.

Em novembro, a Rússia foi responsável por 62% do total de diesel importado pelo Brasil, o que representa 647 milhões de litros. Em outubro, a participação da Rússia era de apenas 42,2%. Esse movimento deve continuar em dezembro, pois as exportações de diesel russo com teor ultrabaixo de enxofre atingiram um recorde no último mês.

Por outro lado, os Estados Unidos, que tradicionalmente são os principais vendedores de diesel para o Brasil, representaram apenas 10% do montante importado em novembro. A suspensão temporária das exportações russas do combustível no mês passado contribuiu para esse cenário.

A retomada das importações de diesel russo reflete principalmente o fim das restrições de exportação e o encerramento da manutenção programada das refinarias que operam no país. A Rússia ampliou suas exportações de diesel para o Brasil ao longo de 2023, chegando a representar 74,59% do total importado em agosto. No entanto, em setembro, a Rússia proibiu temporariamente suas exportações totais de diesel, retomando apenas em outubro.

A importação de diesel dos Emirados Árabes Unidos também registrou um aumento, passando de 9,8% para 22,5% do total importado pelo Brasil. No acumulado do ano até novembro, as importações de diesel tiveram uma queda de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior, devido ao aumento na produção nacional pelas refinarias da Petrobras e à maior mistura de biodiesel no combustível.

Apesar da redução nas importações de diesel ao longo do ano, isso não reflete uma queda no consumo do diesel B no Brasil, que acumula alta de 3,2% de janeiro a outubro em comparação com o ano passado, totalizando 54,65 bilhões de litros, segundo dados da reguladora ANP.

Em resumo, a importação de diesel pelo Brasil teve um aumento expressivo em novembro, impulsionada pelo consumo interno, arbitragem favorável e pelo retorno da competitividade do diesel russo. A Petrobras vendeu diesel acima do preço de importação nas suas refinarias, contribuindo para o aumento das importações. A Rússia foi responsável por grande parte das importações, enquanto os Estados Unidos tiveram uma participação menor. Apesar da redução nas importações ao longo do ano, o consumo interno de diesel continua em alta.