O governo vai pressionar a Petrobras a reduzir o preço dos combustíveis, sinaliza ministro

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que o governo continuará pressionando a Petrobras para reduzir o preço dos combustíveis e aumentar a capacidade de produção das refinarias brasileiras. Essa declaração ocorre em meio à crise da pasta com o presidente da estatal, Jean Paul Prates, que vem sendo criticado por não repassar a queda do valor do petróleo internacionalmente para as bombas.

De acordo com um relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), os preços da gasolina e do diesel no Brasil estão acima da paridade internacional, com a gasolina 2% mais cara e o diesel 6% mais caro. Apesar da volatilidade do mercado, o combustível continua com um custo elevado no país, levando a críticas por parte do governo.

O ministro Silveira ressalta que o preço atual ainda não está de acordo com o que o governo defende para "abrasileirar" o valor nas bombas, mesmo com a Petrobras tendo colocado fim na teoria à paridade internacional. Ele afirma que é preciso ter preços competitivos para impulsionar a economia nacional, mas também ressalta o respeito à governança da empresa e a necessidade de atração de investidores.

Essa situação tem gerado atrito entre Silveira e Prates, e até mesmo reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram realizadas para mediar a situação. Nos bastidores, cogita-se a substituição de Prates pelo ministro Rui Costa, da Casa Civil, que estaria alinhado com Silveira.

Além da questão do preço dos combustíveis, Silveira também destaca a intenção de aumentar a capacidade de produção das refinarias brasileiras. Isso está alinhado com o objetivo do governo de investir no setor, que chegou a ser objeto de um amplo plano de desestatização. Recentemente, a Petrobras rescindiu a venda da Lubnor, unidade de produção de lubrificantes e derivados em Fortaleza, por "ausência de cumprimento de condições". A estatal também está estudando a recompra da Refinaria de Mataripe, na Bahia, do fundo soberano Mubadala, de Abu Dhabi.

A Petrobras planeja investir US $ 17 bilhões em refino, transporte e comercialização de petróleo e derivados nos próximos anos. Desse montante, US $ 5 bilhões são destinados a projetos ainda em avaliação, o que abre espaço para possíveis aquisições, como a da Refinaria de Mataripe.

Desta forma, as medidas do governo em pressionar a redução do preço dos combustíveis e aumentar a capacidade de produção das refinarias brasileiras têm impactos importantes no mercado financeiro e para os investidores individuais no Brasil. Além disso, essas ações podem trazer mudanças na governança da Petrobras e influenciar os planos de investimentos da empresa, o que também pode impactar o setor de energia como um todo.