Agência de classificação de risco reduz nota de crédito da Gol para CCC-

A agência de classificação de risco Fitch anunciou recentemente a redução da nota de crédito da companhia aérea Gol de "CCC+" para "CCC-". Além disso, o Long-Termo Escala Nacional da empresa também foi rebaixado de "CCC(bra)" para "CCC-(bra)". A Fitch também rebaixou os títulos sem garantia da GOL Finance de "CCC/RR5" para "CC/RR5".

De acordo com a agência, esses rebaixamentos refletem os riscos crescentes de reestruturação da dívida da Gol, resultado de altos riscos de refinanciamento e pressão no fluxo de caixa operacional devido aos pagamentos de arrendamentos correntes e diferidos, além de uma fraca posição de liquidez. A avaliação da Fitch incorpora o anúncio recente da Gol de contratar um consultor financeiro para revisar sua estrutura de capital.

A pressão recorrente do fluxo de caixa livre, causada pelas despesas de leasing e juros elevados, mesmo com a melhoria do desempenho operacional, tem resultado em um perfil de dívida insustentável para a Gol. Os vencimentos de curto prazo da empresa totalizavam R$2,9 bilhões em setembro de 2023, compostos por R$1,1 bilhão de dívida financeira e R$1,8 bilhão de obrigações de arrendamento mercantil. A Gol possui R$905 milhões de caixa prontamente disponível, segundo os critérios da Fitch.

A Fitch espera que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Gol atinja R$4,4 bilhões em 2023 e cerca de R$4,8 bilhões em 2024, com margens Ebitda ajustadas de 24% a 25%. Isso se deve à melhoria na geração de fluxo de caixa operacional, impulsionada pelos fortes níveis de tráfego de passageiros no Brasil, rendimentos sólidos, eliminação de impostos e otimização da frota.

O rebaixamento da nota de crédito pela Fitch também foi seguido pelo S&P, que cortou o rating da Gol para "CCC-" com perspectiva negativa. No entanto, o S&P mencionou que espera que a companhia aérea mantenha uma boa performance operacional em meio a uma demanda saudável e um mercado brasileiro com oferta racionalizada.

É importante ressaltar que esses rebaixamentos na nota de crédito da Gol podem ter impactos significativos no mercado financeiro e nos investidores individuais no Brasil. Com a redução da nota, a Gol pode enfrentar maior dificuldade para captar recursos e refinanciar sua dívida, o que pode levar a uma pressão adicional em sua situação financeira. Além disso, investidores que possuem títulos ou ações da empresa podem enfrentar desvalorização de seus investimentos.

Diante desse cenário, é fundamental que os investidores estejam atentos aos riscos envolvidos ao investir na Gol e considerem buscar orientação especializada para tomar decisões financeiras mais informadas. Acompanhar a evolução da avaliação de crédito da empresa e sua estratégia de reestruturação da dívida também é de extrema importância para os investidores interessados no setor de aviação e no mercado financeiro de forma geral.