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Gerson Nogueira: ‘A falsa crise dos artilheiros’

Gerson Nogueira: ‘A falsa crise dos artilheiros’

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A falsa crise dos artilheiros: O problema vai além da escassez de goleadores

A mídia do sudeste do Brasil insiste em retratar uma suposta crise na formação de artilheiros no país. Os fracassos nas Copas de 2018 e 2022 têm alimentado esse argumento. No entanto, a verdade é que há um processo recorrente de equívocos na convocação dos jogadores para a seleção brasileira, não apenas no caso dos atacantes. Os interesses pessoais muitas vezes se sobrepõem à simples seleção dos melhores jogadores para a equipe nacional.

Historicamente, as convocações têm sido marcadas por escolhas questionáveis e inexplicáveis, priorizando jogadores que nem sempre estão entre os melhores de suas posições. Esse panorama se tornou ainda mais evidente nas últimas décadas, com a profissionalização e a mercantilização do futebol, transformando as convocações para a seleção em uma marca de qualidade e uma garantia de retorno financeiro para clubes e empresários.

Esta situação tem gerado uma sequência de falcatruas e jogos de interesse no futebol brasileiro, onde jogadores de alto potencial ficam de fora das convocações, enquanto outros menos talentosos são beneficiados. Para cada Romário, por exemplo, havia um Viola, e para cada Ronaldo Nazário, um Grafite. Esses casos exemplificam a falta de critérios claros e transparentes na escolha dos jogadores.

Trazendo o debate para a atualidade, fica evidente a problemática no comando de ataque da seleção brasileira. Nos últimos anos, tivemos Gabriel Jesus e Richarlison como centroavantes convocados, porém, seus desempenhos foram longe de satisfatórios. Gabriel Jesus teve duas oportunidades em que não conseguiu marcar gols, enquanto Richarlison conseguiu fazer gols em uma ocasião, mas também não convenceu.

Chama a atenção que neste ano, no Campeonato Brasileiro, temos dois atacantes em plena forma para honrar a camisa 9 da seleção: Tiquinho Soares, que marcou 15 gols e foi eleito o melhor jogador da competição, e Marcos Leonardo, destaque da seleção sub-20 e do Santos FC, com ótimas performances e muitos gols marcados.

Além desses, outros jogadores como Rony, do Palmeiras, Victor Roque, do Atlético-PR, e John Kennedy, do Fluminense, também têm se destacado em suas equipes e merecem ser observados e testados na seleção brasileira. Afinal, a função do técnico é experimentar novos talentos e não insistir em jogadores que têm decepcionado.

No entanto, Fernando Diniz, treinador do Flamengo, insiste na convocação de Gabriel Jesus e Richarlison, e a mídia preguiçosa continua repetindo o mantra da falta de artilheiros no país. É preciso entender que a solução não está apenas em convocar bons atacantes, mas principalmente em mudar os critérios e interesses que norteiam as escolhas dos jogadores para a seleção brasileira.

Em suma, a suposta crise dos artilheiros no Brasil vai além da falta de goleadores de qualidade. É um reflexo de um sistema corrompido, marcado por interesses pessoais e falta de critérios claros na seleção dos jogadores. Somente uma mudança profunda nesse cenário poderá garantir um futuro melhor para o futebol brasileiro, tanto em nível de seleção quanto para os investidores no mercado financeiro.

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