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Financiamento anunciado por Haddad para Argentina não tem acordo fechado

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Argentina busca financiamento em exportações do Brasil

O governo argentino está em busca de um financiamento no valor de US$ 600 milhões (R$ 2,9 bilhões) para garantir suas exportações do Brasil. No entanto, as negociações ainda não estão concluídas e a Argentina precisa apresentar uma proposta de pagamento antes que o acordo seja finalizado. A expectativa é que o país vizinho defina como pretende pagar o financiamento até o dia 14 do próximo mês.

O financiamento seria resultado de uma cooperação entre o Programa de Financiamento às Exportações (Proex) do Banco do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF). A inclusão do CAF nas negociações permitiu o aumento do valor do financiamento em US$ 140 milhões (R$ 680 milhões), totalizando US$ 600 milhões (R$ 2,9 bilhões).

A garantia oferecida pelo CAF possibilita que a Argentina negocie com o Brasil sem comprometer suas reservas de dólares ou yuans. No entanto, ainda não está claro como o país pretende realizar o pagamento. A hipótese de usar suas reservas em yuans perdeu força, mas não foi completamente descartada.

O objetivo do Brasil ao buscar esse acordo com a Argentina é preservar o mercado consumidor para os produtos brasileiros, mas também há uma motivação ideológica em apoiar o governo peronista de Alberto Fernández. No entanto, caso a direita vença as eleições no final de outubro, não se sabe se o Brasil continuará empenhado nesse financiamento.

É importante que a proposta de pagamento feita pela Argentina seja bem definida para evitar que o Brasil subsidie as exportações para o país vizinho. O economista Victor Gomes alerta para a possibilidade de que o Tesouro Nacional brasileiro acabe pagando pelo financiamento, o que não seria vantajoso para o país.

No início do ano, o governo brasileiro buscava alternativas para ajudar a Argentina a superar sua crise econômica. Uma das possibilidades era oferecer financiamento por meio de bens e serviços, mas os esforços se voltaram para o comércio bilateral. O Brasil chegou a propor que as exportações brasileiras para a Argentina fossem pagas em yuans, garantindo assim a demanda de mercado, mas essa proposta não animou muito o país vizinho.

A Argentina já utiliza a moeda chinesa em suas exportações para a China e pagar exportações brasileiras com yuans poderia causar restrições no mercado chinês para os argentinos, o que não seria estratégico, já que a China é o principal parceiro comercial do país. Diante dessa situação, o governo argentino buscou um novo mecanismo e o CAF foi integrado às negociações, permitindo um acordo que não envolve as moedas dólar ou yuan para o pagamento do financiamento.

Em resumo, as negociações entre Brasil e Argentina para um financiamento em exportações estão em andamento, mas ainda dependem da proposta de pagamento que será apresentada pelo país vizinho. É essencial que o Brasil não acabe subsidiando as exportações para a Argentina e que os recursos do Tesouro Nacional não sejam utilizados nesse financiamento. O objetivo é preservar o mercado consumidor brasileiro e apoiar o governo peronista da Argentina, mas isso pode mudar caso a direita vença as eleições no país vizinho.

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