EUA investigará uso de chips chineses em linhas de produção

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou na última quinta-feira (21) que realizará uma pesquisa com as linhas de produção nacionais e a base industrial de defesa para verificar o uso de chips originados da China. A intenção é descobrir como as empresas estão utilizando semicondutores atuais e de legado antes do lançamento de um novo programa de subsídios no valor de US$ 40 bilhões.

O objetivo dessa ação é reduzir os riscos de segurança nacional impostos pela China em setores críticos da indústria estadunidense. Segundo relatórios divulgados pelo Departamento de Comércio, o governo chinês teria feito subsídios de US$ 150 bilhões em sua própria indústria de semicondutores ao longo da última década. As autoridades dos EUA alegam que isso cria uma situação de desigualdade em relação a outros países competidores.

A Secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, afirmou que nos últimos anos foram vistos sinais de práticas preocupantes da China para expandir suas empresas de chips de legado. Em declaração recente, ela mencionou o Kirin 9000s, chip desenvolvido pela Huawei, como um exemplo de preocupação. O governo americano está especialmente atento ao lançamento de novos chips vindos da China, devido à complexidade e ao suporte para redes 5G.

Raimondo chegou a afirmar que o Kirin é um chip "incrivelmente perturbador" e investigações foram abertas para entender em detalhes como o componente funciona. Para o próximo ano, o Departamento de Comércio planeja realizar cerca de uma dúzia de investimentos estratégicos, incluindo aplicações bilionárias que podem remodelar a produção de chips nos EUA.

As estimativas mostram que a fabricação de semicondutores nos Estados Unidos é de 30% a 45% mais cara do que no resto do mundo, devido ao investimento governamental considerado insuficiente. Por isso, é previsto um programa de dedução de impostos para empresas do ramo até 2027. O objetivo é incentivar a construção e modernização constante das plantas de fabricação de semicondutores.

Essa investigação e ações do Departamento de Comércio têm um impacto relevante no mercado financeiro e para investidores individuais no Brasil. A utilização de chips chineses nas linhas de produção pode impactar a indústria de semicondutores e criar desigualdades competitivas. Isso pode afetar o desempenho de empresas do setor e até mesmo gerar oportunidades para investidores que buscam acompanhar as movimentações do mercado. Além disso, as medidas anunciadas pelo Departamento de Comércio podem gerar mudanças na produção de chips nos Estados Unidos, o que pode criar oportunidades de investimento em empresas que atuam nesse segmento. É importante ficar atento a essas movimentações para tomar decisões financeiras informadas e aproveitar possíveis oportunidades no mercado.