Este é o primeiro passo antes de decidir onde investir
09/09/2023A importância do Cenário Financeiro e Econômico no processo de investimento
Ao decidir onde investir, muitas pessoas cometem o erro de escolher ativos com base em seu desempenho passado. No entanto, é importante ressaltar que o retorno passado não reflete necessariamente a rentabilidade futura. Por isso, é fundamental considerar outros aspectos ao fazer essa escolha.
Criando um Cenário Financeiro e Econômico (CFE)
Uma maneira mais racional de decidir onde investir é criar um Cenário Financeiro e Econômico (CFE). Essa análise leva em conta as expectativas de taxa de juros, crescimento econômico, taxa de câmbio e prêmios de risco, tanto no cenário nacional quanto internacional. Além disso, é importante elencar os possíveis riscos envolvidos.
Evitando armadilhas emocionais
Ao criar um CFE, é possível evitar armadilhas emocionais que podem prejudicar a tomada de decisão. Muitas vezes, as pessoas ficam em dúvida se vale a pena investir em determinado ativo. Nesse caso, a resposta está no cenário de evolução da taxa Selic, inflação e taxas reais de juros vigentes atualmente.
Exemplo prático: títulos referenciados ao IPCA vs. CDI
Um exemplo comum é a dúvida entre investir em títulos referenciados ao IPCA ou ao CDI em um horizonte de cinco anos. Levando em consideração que o Banco Central iniciou um ciclo de redução de taxas de juros e que a Selic deve chegar próximo de 9% ao ano no fim de 2024, a escolha pelo título referenciado ao IPCA se torna mais evidente.
Considerações sobre investimentos em renda fixa internacional
Outra questão frequente é se vale a pena investir em renda fixa internacional. Nesse caso, é preciso considerar o CFE para câmbio, taxas de juros internacionais e outros ativos, já que todos competem pelo mesmo recurso. É necessário avaliar se a melhor escolha é em renda fixa americana ou em outros ativos, como renda fixa brasileira ou ações em alguma geografia.
Coerência do CFE e relações entre variáveis econômico-financeiras
É importante ressaltar que o CFE deve ser coerente, ou seja, as expectativas para as variáveis econômicas e financeiras devem fazer sentido entre si. Por exemplo, é improvável ter um cenário em que o crescimento econômico mundial desacelera, os lucros das empresas caem, as taxas de juros nos EUA se elevam, mas ainda assim a Bolsa americana se valorize. Portanto, é necessário atentar para que as relações entre essas variáveis se mantenham coerentes.
Contando com apoio especializado
Para auxiliar na criação do cenário econômico, é possível contar com o apoio de um assessor de investimentos, além das expectativas fornecidas por corretoras e gestoras de recursos. Essas instituições realizam reuniões periódicas sobre cenário e principais exposições naquele cenário, fornecendo informações importantes para a tomada de decisão.
Construindo um patrimônio no longo prazo
Investir sem um cenário, ou seja, sem um CFE, é como apostar, o que não é aconselhável para a construção de um patrimônio no longo prazo. Portanto, é essencial abandonar essa postura e começar a investir de forma mais consciente e fundamentada.
Lembrando que o processo de criação do CFE pode parecer complexo no início, mas, com o tempo, torna-se mais compreensível. É uma prática que requer paciência e disciplina, mas que pode trazer resultados mais consistentes ao investidor.
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