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Entenda as possíveis consequências do pacote econômico de Milei

Entenda as possíveis consequências do pacote econômico de Milei

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Entenda as possíveis consequências do pacote econômico de Milei

O governo do presidente Javier Milei, na Argentina, anunciou um pacote econômico que promete causar impactos expressivos e imediatos na maioria da população do país. Para entender melhor as possíveis consequências dessas medidas, a Agência Brasil entrevistou dois professores de economia com diferentes correntes de pensamento.

Segundo o economista André Roncaglia, professor da Unifesp, as medidas anunciadas pelo governo argentino representam uma verdadeira "terapia de choque" que cobrará um alto custo da população. Ele argumenta que o diagnóstico do governo sobre a causa dos problemas econômicos é equivocado e que as medidas propostas correm o risco de causar uma severa recessão na economia.

Por outro lado, o professor de economia Mauro Sayar, da UFMG, defende que o déficit público deve ser combatido com medidas duras. Ele acredita que as medidas propostas pelo governo argentino podem ser eficazes para solucionar problemas estruturais, embora admita que possam gerar efeitos negativos a curto prazo.

É importante ressaltar que essas análises divergentes refletem as diferentes correntes de pensamento econômico. Enquanto Roncaglia é identificado com o campo heterodoxo e desenvolvimentista da economia, Sayar é identificado com um campo liberal. Essas correntes muitas vezes divergem quanto às causas e consequências dos eventos econômicos.

O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, defende que a origem dos problemas econômicos do país é o déficit fiscal do Estado, que gasta mais do que arrecada. Para reduzir esse déficit, o governo anunciou uma série de medidas, como a redução dos subsídios ao transporte e à energia, a desvalorização da moeda, a redução de ministérios e secretarias, entre outras.

A expectativa do governo é que essas medidas possam combater a inflação na Argentina, que acumulou um índice alarmante de 160% nos últimos 12 meses. No entanto, Roncaglia argumenta que as medidas podem aumentar a inflação, prejudicando a maioria da população e sobrecarregando os trabalhadores, aposentados e funcionários públicos.

Além disso, o economista alerta que as medidas propostas não atacam a causa do problema inflacionário, que seria a falta de dólares no país. Ele questiona se o governo conseguirá atrair investimentos estrangeiros suficientes para estabilizar a economia.

Por outro lado, Sayar acredita que as medidas propostas podem equilibrar as contas públicas e dar mais credibilidade ao governo argentino, atraindo investimentos e combatendo a inflação.

Vale destacar que o Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou as medidas anunciadas por Milei, afirmando que podem ajudar a estabilizar a economia do país. No entanto, movimentos sociais e sindicais já prometem protestos contra o pacote de austeridade fiscal. O governo, por sua vez, ameaçou usar as Forças Armadas caso os protestos prejudiquem a circulação de pessoas e mercadorias.

Em suma, o pacote econômico anunciado pelo governo argentino gera expectativas e incertezas quanto aos seus impactos na economia e na vida da população. Enquanto alguns acreditam que as medidas podem trazer benefícios a longo prazo, outros temem os efeitos negativos imediatos e apontam para a falta de uma abordagem adequada aos problemas estruturais do país. Resta aguardar e observar os desdobramentos dessas medidas.

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