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Entenda a diferença entre dividendos e Juros sobre Capital Próprio

Entenda a diferença entre dividendos e Juros sobre Capital Próprio

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Entendendo a diferença entre dividendos e Juros sobre Capital Próprio

A distribuição de dividendos e o pagamento do chamado Juros sobre Capital Próprio (JCP) são duas formas utilizadas pelas empresas brasileiras para remunerar seus acionistas. Atualmente, o governo federal está discutindo mudanças no JCP, que foi criado logo após o Plano Real, época em que também se optou por isentar a distribuição de dividendos aos acionistas.

Dividendos

Em resumo, o dividendo corresponde à parcela do lucro da empresa que já foi tributada, por meio de impostos como o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Essa parcela está isenta na distribuição para o acionista pessoa física.

Juros sobre Capital Próprio (JCP)

Já o JCP é a parcela do ganho que não foi tributada na empresa. Quando esse valor é pago a pessoas físicas, incide o Imposto de Renda retido na fonte de 15%. No entanto, investidores institucionais e fundos de pensão são isentos dessa taxa. O JCP funciona como uma espécie de dedução, reduzindo a tributação sobre o lucro da companhia e aumentando o valor que pode ser distribuído.

Impactos para o mercado financeiro e investidores individuais

As possíveis mudanças no JCP discutidas pelo governo impactam diretamente o mercado financeiro e os investidores individuais no Brasil. Uma das principais discussões é a extinção desse mecanismo, o que poderia resultar em uma menor remuneração dos acionistas e aumento na carga tributária.

Atualmente, o JCP é amplamente utilizado pelos bancos, representando 30% do valor pago. Nos bancos, o IRPJ e a CSLL chegam a 40%. No entanto, o uso do JCP se aplica apenas às grandes empresas tributadas pelo lucro real, geralmente aquelas com faturamento acima de R$ 78 milhões por ano.

Objetivos das mudanças propostas

O governo afirma que o JCP não alcançou o objetivo inicial de atenuar o efeito da inflação sobre os lucros das empresas. Além disso, alega-se que o JCP busca equiparar o tratamento tributário do financiamento das empresas via dívida (capital de terceiros) com despesas de juros dedutíveis da base de cálculo do IRPJ, e via aportes do sócio ou proprietário (capital próprio), criando também uma dedução.

O governo argumenta que a legislação atual permite artifícios contábeis para ampliar o uso do JCP, o que não existe em outros países. Portanto, propõe-se a extinção desse mecanismo como uma forma de reduzir a carga tributária. Além disso, defende-se que a atual legislação incentiva a distribuição de lucro, via dividendo ou JCP, ao invés da retenção de dinheiro para reinvestimento.

Propostas de reforma do JCP

Algumas propostas de reforma do JCP têm sido discutidas, visando tornar o mecanismo mais eficiente e benéfico para a economia. Entre elas, estão:

  • Cálculo do JCP baseado no crescimento do patrimônio líquido, priorizando o investimento.
  • Utilização dessa variação em um período limitado.
  • Desvinculação da dedução do JCP da remuneração do acionista, para incentivar o reinvestimento ao invés da distribuição.
  • Avaliação de como o mecanismo pode ser utilizado para beneficiar micro e pequenas empresas.

Em suma, as mudanças no JCP podem ter impactos significativos para o mercado financeiro e para investidores individuais no Brasil. A discussão em torno do mecanismo busca encontrar um equilíbrio entre a remuneração dos acionistas e a carga tributária, incentivando o investimento e o crescimento das empresas.

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