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Drex será complemento ao Pix e nascerá passos à frente de ‘primos’ internacionais

Drex será complemento ao Pix e nascerá passos à frente de ‘primos’ internacionais

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Drex será complemento ao Pix e nascerá passos à frente de 'primos' internacionais

Mundo afora, bancos centrais estão se apressando para criar moedas digitais oficiais, a fim de facilitar transferências de dinheiro e digitalizar pagamentos. No entanto, o Brasil já está um passo à frente nesse sentido, e o real digital, conhecido como Drex, deve nascer com maior foco em transações de maior valor e complexidade.

De acordo com Ricardo Pandur, gerente sênior de Estratégia de Negócios em Serviços Financeiros da Accenture, o Drex não substituirá o Pix, mas sim o complementará. O Pix já se mostrou eficiente para o varejo, pessoas físicas e comércio, mas o Drex atacará, a princípio, o mercado de capitais, transações de alto valor e operações entre empresas.

Enquanto na China e na Europa as moedas digitais dos bancos centrais buscam reduzir o uso de dinheiro em espécie nos pagamentos, algo que o Pix já fez no Brasil, nos Emirados Árabes Unidos, o objetivo é facilitar transferências internacionais, o que o Pix também deve oferecer em breve.

Diferentemente das moedas digitais de outros países, os participantes do piloto do Banco Central veem o Drex não como um produto, mas sim como uma plataforma de operações.

Segundo Pedro Alves de Lima, especialista de assuntos regulatórios do Nubank, o Pix trouxe a digitalização para os pagamentos, mas é necessário que a infraestrutura que lida com outros ativos também seja modernizada. Nesse sentido, o Drex servirá como essa plataforma para operações que exijam confiança e para oferecer acesso a produtos financeiros mais sofisticados, como financiamento imobiliário e produtos de investimento.

O Brasil está à frente de muitos outros países nesse processo de criação de moedas digitais oficiais. O CEO da Vórtx QR Tokenizadora, Fernando Carvalho, afirma que o país está em uma fase de testes que está validando o funcionamento do real digital. Enquanto o Banco Central Europeu espera ter o euro digital apenas em 2028, nos Estados Unidos já existem representações digitais do dólar criadas por bancos, como a JPMorgan Coin.

Edilson Reis, diretor de Tecnologia do Bradesco, vê o Drex como um habilitador ou "padrão" para a digitalização de ativos e operações no mercado. Ele acredita que isso é possível porque o Brasil já integrou outros sistemas, como o de pagamentos, tornando suas operações financeiras mais sofisticadas em comparação com outros mercados.

Antes do piloto do Banco Central, os bancos brasileiros já começaram a testar as águas nesse mercado. O Itaú Unibanco, por exemplo, criou a Itaú Digital Assets em 2022, uma unidade de ativos digitais que visa não apenas o benefício do banco, mas também do mercado como um todo. No Santander Brasil, há troca de experiências com a matriz na Espanha, que possui um centro de excelência em blockchain.

Embora o Pix seja mais fácil de explicar ao público em geral, pois tem uma finalidade mais objetiva de transferir dinheiro instantaneamente, o Drex será mais complexo de ser compreendido. Segundo Ricardo Pandur, ele está mais próximo do conceito de Open Finance, sendo uma infraestrutura que permitirá operações mais sofisticadas. Rodrigo Mulinari, diretor de Tecnologia do Banco do Brasil, acredita que os bancos terão o desafio de mostrar aos clientes os benefícios do Drex sem ter que explicar como a moeda digital funciona.

Por outro lado, o Drex e a mecânica de seu funcionamento podem ajudar as instituições tradicionais a resolverem um problema complexo: a adesão de uma nova geração de clientes. Com uma geração que está se familiarizando com o uso de criptomoedas, os bancos terão que adaptar seus serviços para atrair esses clientes nativos na criptoeconomia.

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