Dólar opera em alta devido às preocupações com guerra e juros nos Estados Unidos

O preço do petróleo apresentou queda após uma forte alta na véspera, porém os investidores ainda estão preocupados com a possibilidade de uma disparada na commodity caso haja uma ampliação do conflito no Oriente Médio ou sua prolongação. Isso poderia impactar a cadeia logística do produto, gerando um efeito negativo no mercado financeiro.

Além disso, os investidores também estão atentos aos rumos dos juros nos Estados Unidos, que atualmente estão entre 5,25% e 5,50% ao ano. O discurso que será realizado por Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (banco central americano), é aguardado com expectativa pelo mercado, que espera obter novas sinalizações sobre o futuro das taxas de juros na maior economia do mundo.

No Brasil, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores, opera com volatilidade, alternando entre altas e baixas. O dólar também está em alta, subindo 0,21% e sendo cotado a R$ 5,0644, após ter fechado o dia anterior em alta de 0,37%.

Impactos no mercado financeiro brasileiro

A situação no Oriente Médio continua a impactar o mercado financeiro, com o conflito entre Israel e o Hamas gerando incertezas. A fala do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, afirmando que a guerra "será longa", e o apoio do primeiro-ministro britânico Rishi Sunak ao país aumentam as preocupações dos investidores.

Existe o receio de que a prolongação do conflito possa afetar a cadeia produtiva do petróleo, uma vez que a região é um importante corredor logístico para a commodity. Além disso, se outros países do Oriente Médio, especialmente o Irã, se envolverem no conflito, os efeitos sobre o preço do petróleo podem ser ainda mais graves, tendo em vista que o Irã é um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

Um possível encarecimento do petróleo pode impactar a inflação globalmente, em um momento em que bancos centrais ao redor do mundo lutam para controlar o aumento dos preços. Nesse contexto, as autoridades brasileiras também se tornam alvo da atenção dos investidores em relação aos rumos das taxas de juros no país, que já estão em um patamar alto há duas décadas na tentativa de combater a inflação.

Perspectivas futuras

Especialistas explicam que, mesmo diante das pressões inflacionárias, o Banco Central do Brasil pode não promover novos aumentos nas taxas de juros em suas próximas reuniões, mas é esperado que elas se mantenham em um nível elevado por mais tempo do que o mercado espera. Portanto, é importante estar atento a possíveis mudanças nas políticas monetárias.

Além disso, enquanto os investidores aguardam o discurso do presidente do Federal Reserve, outro dado relevante é o número de pedidos iniciais de seguro-desemprego nos Estados Unidos na última semana, que totalizaram 198 mil, superando a expectativa de 212 mil. Essas informações contribuem para a volatilidade do mercado financeiro e podem impactar as decisões dos investidores no Brasil.

Este texto foi escrito pelo blogger Clara do Blog Fluxo Investimentos.