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Dólar cai com cenário positivo para Brasil e dados sugerindo juros menores nos EUA

Dólar cai com cenário positivo para Brasil e dados sugerindo juros menores nos EUA

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Dólar cai com cenário positivo para Brasil e dados sugerindo juros menores nos EUA

Os recentes dados apontando uma desaceleração da inflação nos Estados Unidos aumentaram as expectativas de um corte de juros no país no primeiro trimestre de 2024. Essa perspectiva, aliada aos sinais positivos para a economia brasileira no próximo ano, serviram de argumento para a quarta queda do dólar em relação ao real nesta semana.

Desde a última sexta-feira, a moeda americana já recuou 1,7% no mercado à vista. No mês, a queda acumulada é de 1,3%, e no ano, cerca de 8%. Hoje, o dólar cedeu 0,53% em relação ao real, sendo negociado a R$ 4,8616.

Os dados divulgados pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos mostraram que em novembro o índice de preços de gastos com consumo (PCE) subiu 2,6% em termos anuais. Essa leitura foi menor do que a registrada em outubro (3,0%) e também ficou abaixo das estimativas do mercado (2,8%). O índice de núcleo, que exclui produtos e serviços com preços mais voláteis, também indicou uma desaceleração maior do que o esperado, reduzindo de 3,5% para 3,2%.

Além disso, as expectativas de inflação aferidas pela Universidade de Michigan também desaceleraram consideravelmente. A previsão para a inflação em 12 meses caiu de 4,5% em novembro para 3,1% em dezembro, enquanto as expectativas para o intervalo de cinco anos diminuíram de 3,2% para 2,9%. Esses dados foram favoráveis para a queda do dólar não apenas em relação ao real, mas também em relação a outras moedas fortes, como o euro e a libra.

Uma explicação para esse movimento é a confiança do mercado na possibilidade de cortes nos juros americanos a partir de março. A expectativa é que se os juros nos Estados Unidos começarem a cair, isso beneficiará as moedas de outras economias onde as taxas de juros são mais altas e podem levar mais tempo para diminuir.

No caso do Brasil, onde os juros estão mais de 6 pontos percentuais acima da taxa dos Fed Funds (taxa básica de juros dos Estados Unidos), mas com previsão de queda, isso teve um efeito particularmente positivo. Além disso, países emergentes, principalmente os exportadores de commodities, estão se beneficiando do aumento nos preços de matérias-primas, que ocorre como um efeito colateral da queda do dólar.

A aprovação de reformas que melhorem a perspectiva de ajuste nas contas públicas também tem favorecido o real. No entanto, ainda é necessário avaliar qual será o efeito dessas reformas na prática. Porém, economistas acreditam que o câmbio deve sentir menos esse efeito benéfico, uma vez que a redução no diferencial de juros entre o Brasil e outras economias diminui a atratividade de operações de arbitragem com base nessas taxas.

Mesmo com o dólar se aproximando de R$ 5, a balança comercial vai bem e o câmbio é uma variável de equilíbrio que não deve ter uma queda significativa. A taxa pode cair para perto de R$ 4,75 por dólar, mas deve permanecer próxima dos níveis atuais. O cenário é favorável para o Brasil, principalmente para os exportadores e para o mercado de commodities.

Em resumo, a desaceleração da inflação nos Estados Unidos e as expectativas positivas para a economia brasileira no próximo ano contribuíram para a queda do dólar em relação ao real. Além da perspectiva de cortes de juros nos EUA, a confiança do mercado na valorização de moedas de países emergentes e o aumento nos preços de matérias-primas também influenciaram esse movimento. No entanto, é importante observar os efeitos das reformas e acompanhar a evolução do cenário internacional nos próximos meses.

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