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Day traders ganham em mais de 50% dos dias, mas perdem dinheiro em média

Day traders ganham em mais de 50% dos dias, mas perdem dinheiro em média

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Day traders ganham em mais de 50% dos dias, mas perdem dinheiro em média

Na última Copa do Mundo, Brasil e Alemanha protagonizaram uma partida histórica, com o placar final de 7 a 1 para os alemães. Esse jogo ficou marcado na mente dos brasileiros e é difícil esquecer a sensação de ver a seleção paralisada ao tomar mais um gol. Essa analogia pode ser aplicada às estatísticas de day trade realizadas por pessoas físicas na Bolsa de São Paulo.

Ao acessar o site da B3, a bolsa brasileira, é possível observar que os day traders têm ganhos na maioria dos dias em que operam. Além disso, quando se trata de ações, os lucros medianos são maiores do que as perdas medianas. Porém, essa aparente lucratividade esconde uma realidade problemática.

Os dados disponíveis na B3 são tão verdadeiros quanto a afirmação de que o Brasil ganhou de 1 a 0 nos últimos 15 minutos do jogo contra a Alemanha. É necessário entender o contexto por trás dessas estatísticas para compreender a situação dos day traders.

A raiz do problema está no que chamamos de "efeito disposição". Quando compramos uma ação e seu preço sobe, temos a tendência de querer vender rapidamente para garantir os lucros. Por outro lado, quando o preço cai, tendemos a segurar e torcer para que ele suba novamente. Essa dinâmica cria um viés nos dados de day trade de ações.

A maioria das operações de day trade feitas por pessoas físicas são realizadas nos contratos futuros, como o mini-índice e o mini-dólar. Nesses casos, o problema do "efeito disposição" não é tão evidente, pois as pessoas tendem a realizar as perdas e os ganhos no mesmo dia, já que operam com dinheiro emprestado e não podem deixar a posição para o dia seguinte.

Nos contratos futuros, também é possível constatar que as pessoas ganham em mais de 50% dos dias em que operam. Contudo, as perdas costumam ser maiores do que os ganhos. Isso ocorre novamente devido ao "efeito disposição". Quando estão ganhando, os day traders reduzem os riscos e comemoram um dia lucrativo. Porém, quando estão perdendo, eles tendem a aumentar as apostas, o que pode resultar em ganhos maiores, mas também em perdas mais significativas.

Nessa dinâmica, em que um ganho de $1 resulta em uma vitória e uma perda de $2 representa uma derrota, ganhar em mais de 50% dos dias não é suficiente para obter sucesso financeiro. Portanto, qualquer análise cuidadosa mostra que, em média, os day traders acabam perdendo dinheiro.

Uma pesquisa recente aponta que os day traders decidem continuar ou parar de operar com base na quantidade de dias em que ganham ou perdem, não no montante financeiro que obtêm. Esse é o grande problema causado pelo "efeito disposição". Apesar de perderem dinheiro em média, os day traders persistem na atividade por acreditarem que os ganhos superam as perdas.

Portanto, é importante destacar que, mesmo com uma aparente taxa de acerto superior a 50%, a realidade é que o resultado financeiro para a maioria dos day traders é uma derrota por goleada, assim como aquela sofrida pela seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014.

Quando discutimos esse assunto, muitas pessoas podem se fixar no gol de Oscar, que representou uma pequena vitória em meio a uma derrota avassaladora. No entanto, é necessário compreender que os resultados financeiros do day trade não dependem de uma única operação ou de uma vitória isolada. Para ter sucesso nessa atividade, é preciso uma estratégia consistente e uma análise criteriosa dos riscos e oportunidades.

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