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Curva de juros perde inclinação com alta de juros curtos após PIB do 2º tri

Curva de juros perde inclinação com alta de juros curtos após PIB do 2º tri

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Juros futuros avançam após crescimento do PIB

Os juros futuros avançaram na ponta curta da curva nesta sexta-feira, 1º, após o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre ter surpreendido positivamente. O mercado agora realiza ajustes nas apostas sobre o ritmo de cortes e no nível terminal da taxa Selic. As taxas longas, por sua vez, apresentaram um viés de baixa, com o risco fiscal em segundo plano.

O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025, que reflete as apostas na Selic do fim de 2024, subiu cinco pontos-base em relação ao ajuste anterior, chegando a 10,570%. Já o DI para janeiro de 2026 ganhou dois pontos, atingindo 10,165%, e o para janeiro de 2024 ficou próximo da estabilidade, com taxa de 12,375%.

Nos trechos longos da curva, o DI para janeiro de 2027 encerrou em leve baixa, de 10,335%, e o contrato para janeiro de 2029 recuou cinco pontos, ficando em 10,770%. Isso resultou em uma perda de inclinação na curva, com queda do spread entre os contratos para janeiro de 2025 e janeiro de 2029, de 30,3 pontos-base para 20.

Analistas atribuem o movimento das taxas na sessão a uma retirada das apostas de uma queda mais rápida da taxa Selic. O crescimento do PIB brasileiro no segundo trimestre, que foi de 0,9% - 0,6 ponto acima do consenso, de 0,3% -, indica uma atividade econômica mais forte, o que dificulta uma aceleração no ritmo de afrouxamento monetário e pode indicar juros mais altos no fim do ciclo.

De acordo com o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano Rostagno, "o PIB ajudou a subir um pouco as taxas intermediárias, que refletem justamente onde a taxa Selic vai poder chegar. Dado que o BC colocou um piso de 50 pontos-base por reunião para o ciclo de cortes, e que o PIB mais forte dificulta a aceleração, o mercado se ajusta para precificar esses 50 pontos."

Além do crescimento mais forte da economia brasileira, o aumento dos rendimentos dos Treasuries - títulos do Tesouro dos Estados Unidos - também influenciou a alta dos juros futuros. Apesar do crescimento do desemprego nos EUA, o PMI industrial do país subiu mais do que o previsto, levantando dúvidas sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano.

Para o economista da Guide Investimentos, Rafael Pacheco, "o PMI um pouco acima do esperado e as falas da presidente do Fed de Cleveland Loretta Mester, que falou de um desemprego ainda baixo e de inflação ainda alta, acabaram puxando essa alta dos Treasuries, que bate aqui. Para alguém que estava mais dove, esperando cortes de 75 pontos da Selic este ano, a combinação dessas coisas pode levar a uma revisão."

Portanto, o mercado de juros futuros no Brasil reagiu ao crescimento do PIB no segundo trimestre, ajustando suas apostas sobre o ritmo de cortes e no nível terminal da taxa Selic. O fortalecimento da atividade econômica pode indicar uma menor aceleração no afrouxamento monetário e juros mais altos no fim do ciclo. Além disso, o aumento dos rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos também influenciou o movimento das taxas brasileiras. É importante que os investidores acompanhem de perto essas movimentações, pois podem impactar diretamente seus investimentos.

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