Crédito privado ainda sente efeito da crise na Americanas
14/01/2024Crédito privado ainda sente efeito da crise na Americanas
A divulgação do escândalo na Americanas abalou o mercado de crédito privado no Brasil, e um ano após o evento, esse setor ainda não se recuperou totalmente. A desconfiança e aversão ao risco persistem, mas a melhora gradual é resultado de um cenário macroeconômico mais positivo e emissões de debêntures do setor.
Impactos no mercado financeiro
A crise na Americanas, agravada pelo contexto econômico desfavorável, afetou profundamente o mercado de crédito privado brasileiro. A percepção de risco aumentou, levando os investidores a exigirem maiores retornos para financiar empresas mais arriscadas. Além disso, as debêntures perderam valor de mercado e seu juro remuneratório aumentou. O episódio também colocou em xeque a credibilidade de diversas instituições do mercado financeiro, afetando a confiança dos investidores.
Recuperação gradual
Apesar do impacto negativo da crise na Americanas, o mercado de crédito privado tem apresentado uma recuperação gradual. A partir do segundo semestre de 2023, a diferença de juros começou a reduzir, e atualmente está em 2,16%, mas ainda é maior do que antes do episódio da Americanas. A oferta de debêntures também foi afetada, com uma redução significativa em relação a 2022.
Melhora no cenário macroeconômico
A retomada do crédito privado é impulsionada não apenas pela recuperação gradual do mercado, mas também por perspectivas de juros mais baixos tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Juros mais baixos reduzem o custo de capital e tornam o mercado de capitais mais competitivo em relação à renda fixa.
Perspectivas para o futuro
O setor espera uma melhora mais robusta em 2024. A expectativa é de uma emissão maior em relação a 2023, porém ainda inferior a 2021, quando a taxa Selic estava em níveis historicamente baixos. Além disso, a tributação de fundos exclusivos pode estimular o setor de crédito privado, principalmente os ativos incentivados, como as debêntures de infraestrutura.
Recomendações para investidores
Especialistas recomendam que os investidores aproveitem a atual janela de oportunidades antes que o spread caia ainda mais. Apesar da redução da margem, os prêmios ainda são atrativos, sendo que os maiores riscos são o cenário externo e fiscal do Brasil. As principais recomendações são investir em debêntures de infraestrutura, com destaque para empresas de energia, rodovias e saneamento. Além disso, setores como saúde, construção civil, transporte e logística também oferecem boas oportunidades no mercado de crédito privado.
O mercado de crédito privado ainda sente os efeitos da crise na Americanas, mas está se recuperando gradualmente com a melhora do cenário macroeconômico e emissões de debêntures. É importante que os investidores aproveitem as oportunidades atuais antes que o spread caia ainda mais.