Copel promete economia de custos e investimentos em seu plano estratégico

No primeiro evento com investidores após a privatização, a Copel apresentou seu plano estratégico para os próximos três anos. A companhia se comprometeu a fazer uma "lição de casa", reduzindo custos e fazendo investimentos robustos em distribuição. Além disso, pretende se preparar para oportunidades de mercado, como leilões de reserva de capacidade e um possível cenário de preços mais atrativos em energia a partir de 2026.

De acordo com o diretor de Finanças e de Relações com Investidores da Copel, Adriano Rudek de Moura, a empresa planeja economizar mais de R$ 500 milhões nos próximos três anos. Essa economia será resultado da otimização de despesas como Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras despesas (PMSO). Além disso, a gestão de contingências poderá resultar em uma economia adicional de até R$ 70 milhões no período.

Um dos principais destaques na redução de custos é a alienação de ativos, como a termelétrica movida a carvão (Figueira) da companhia e outras Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) com capacidade inferior a 10 megawatts (MW), além de imóveis próprios. A empresa também está avançando nas operações de venda da Compagas e da usina termelétrica (UTE) Araucária, seguindo sua estratégia de foco em atividades relacionadas à energia elétrica e a descarbonização do portfólio.

Apesar do foco na redução de despesas, o diretor-presidente da Copel, Daniel Slaviero, ressaltou que essa é apenas a primeira fase do ciclo pós-privatização da companhia. Ele destacou a "agenda muito mais abrangente" da empresa, que prevê um crescimento "impecável" do plano estratégico.

Estratégia de crescimento no setor de distribuição

Segundo o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel, Cássio Santana da Silva, a empresa deve priorizar o setor de distribuição em seu plano de crescimento. Ele destacou que é na própria área de concessão que os investimentos devem ser aplicados, levando em consideração a expectativa de crescimento econômico do Paraná e a necessidade de modernização da base operacional.

Enquanto isso, a empresa está estudando possíveis oportunidades de investimento em ativos com "sinergia" com a Copel Distribuição, mas ressaltou que não tem interesse na Amazonas Energia e na Light, empresas que enfrentam problemas como a caducidade da concessão e uma recuperação judicial, respectivamente.

No setor de transmissão, a empresa informou que está avaliando sua participação nos certames marcados para 2024, mas não participará da disputa por lotes no próximo mês. A Copel prevê investimentos de aproximadamente R$ 91,3 milhões para o segmento em 2024.

Cenário de preços e leilões de reserva de capacidade

A diretoria da Copel admitiu que o cenário atual de baixos preços de energia é um desafio. No entanto, a empresa afirmou que está seguindo uma estratégia bem-sucedida de manter altos níveis de energia contratada nos próximos dois anos, deixando 15% do portfólio para enfrentar o risco hidrológico.

Para o ano de 2026, a expectativa é que os preços voltem a patamares mais atrativos para os empreendedores de geração. O diretor-presidente da Copel, Daniel Slaviero, destacou que os próximos dois anos de preço baixo de energia permitem que a companhia "termine a lição de casa".

No curto prazo, a empresa está de olho no leilão de reserva de capacidade previsto para 2024. A Copel destacou a possibilidade de ampliação da hidrelétrica de Foz do Areia como um diferencial na competição, aguardando definição das regras.

Em resumo, a Copel apresentou seu plano estratégico com foco na redução de custos, investimentos em distribuição e preparação para oportunidades de mercado. A empresa planeja economizar mais de R$ 500 milhões nos próximos três anos e pretende explorar o crescimento no setor de distribuição. Apesar do cenário de baixos preços de energia, a Copel está confiante em sua estratégia e busca se posicionar adequadamente para aproveitar futuras melhoras de preços.