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Contas externas devem ter déficit de US$ 36 bilhões

Contas externas devem ter déficit de US$ 36 bilhões

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Contas externas devem ter déficit de US$ 36 bilhões

O Banco Central (BC) divulgou nesta quinta-feira (28) o Relatório de Inflação, no qual apresentou uma melhora na projeção do saldo das contas externas do Brasil para este ano. A previsão de déficit para as transações correntes, que envolvem as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países, passou de US$ 45 bilhões para US$ 36 bilhões.

Melhora no saldo comercial

A principal causa da redução projetada do déficit está relacionada à melhora do saldo comercial. O valor das exportações foi revisto para cima, de US$ 335 bilhões para US$ 341 bilhões, especialmente devido ao aumento do volume embarcado de produtos básicos, como petróleo e minério de ferro. Além disso, a safra recorde de grãos, como soja e milho, também contribuiu para o aumento das exportações.

Já as importações tiveram uma redução no valor, de US$ 281 bilhões para US$ 273 bilhões, devido ao recuo nos preços de bens intermediários e bens de consumo duráveis, além da desaceleração na recuperação de bens intermediários e moderação nas importações de combustíveis.

Impactos para o mercado financeiro

A projeção de déficit nas contas externas é importante para avaliar o estado da economia brasileira e seu relacionamento com o resto do mundo. No caso do déficit projetado de US$ 36 bilhões, significa que o Brasil terá que buscar investimentos ou empréstimos no exterior para cobrir essa diferença.

Nesse sentido, o investimento direto no país (IDP) é considerado a melhor forma de financiamento, pois trata-se de recursos aplicados no setor produtivo e de longo prazo. A projeção do IDP para 2023 foi reduzida de US$ 75 bilhões para US$ 65 bilhões, representando 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa redução está relacionada a dados mais recentes que não atingiram as expectativas.

Implicações para os investidores

Para os investidores individuais brasileiros, é importante acompanhar a projeção das contas externas, pois ela pode impactar o cenário econômico e financeiro do país. A melhora no saldo comercial e a redução do déficit nas transações correntes são indicativos positivos para a economia brasileira.

Além disso, a projeção de entradas líquidas de US$ 10 bilhões em investimentos em carteira também é um dado relevante. Isso pode indicar um ambiente favorável para emissões de títulos no exterior, resultando em maior fluxo de recursos estrangeiros para o mercado brasileiro.

Perspectivas para o futuro

Pela primeira vez, o Banco Central apresentou projeções para as contas externas do Brasil em 2024. A estimativa é de um déficit de US$ 37 bilhões, considerando um avanço maior nas exportações em relação às importações. O saldo comercial pode atingir um novo recorde de US$ 71 bilhões.

No entanto, espera-se um aumento no déficit de serviços, enquanto as despesas de renda primária devem ser ligeiramente menores. O IDP é estimado em US$ 75 bilhões, mostrando uma convergência para patamares pré-pandemia.

Em relação aos investimentos em carteira, espera-se a continuidade de entradas líquidas em magnitude semelhante a deste ano, de US$ 10 bilhões.

Essas projeções indicam que as contas externas do Brasil estão em um caminho de recuperação e equilíbrio, o que pode trazer oportunidades e impactos positivos para os investidores brasileiros.

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